Publicado em 23 de abril de 2016 às 00:26
O governo do Estado comprou repelente para prevenção do Aedes aegypti por quase três vezes o preço do produto adquirido pela Prefeitura da Serra. Mesmo comprando 18 vezes mais unidades que o município serrano, o Estado não conseguiu um preço unitário inferior.>
Os repelentes são de marcas diferentes, mas têm o mesmo princípio ativo, o mesmo volume unitário e foram comprados no mesmo período.>
As 75 mil unidades de repelentes com princípio ativo DEET adquiridas pelo Estado em janeiro saíram a R$ 23,50 cada uma e foram compradas para distribuir entre as grávidas, por conta do risco de contágio pela zika, chikungunya e dengue.>
Com esse valor unitário daria para pagar dois frascos do produto que foi adquirido pela Prefeitura da Serra (R$ 8,80 cada) para isolamento viral por conta da disseminação do Aedes aegypti. E ainda sobrariam R$ 5,90.>
>
Ambos os repelentes foram adquiridos da mesma forma, em dispensa de licitação, devido a emergência das situações. Essa modalidade é utilizada quando o custo de realizar uma licitação é maior do que o preço que será pago pelo produto ou serviço, ou quando há caso de urgência. Entretanto, segue os trâmites normais da licitação de coleta de preço.>
Em uma verificação da reportagem, repelentes à base de DEET são encontrados nas farmácias da Grande Vitória em uma faixa de preço de R$ 20 a R$ 25. Em maior quantidade, é provável que poderiam ser adquiridos mais baratos.>
Apesar da diferença de preço entre as compras das duas administrações, o subsecretário de Estado da Saúde para Assuntos de Administração e Financiamento da Atenção à Saúde, José Hermínio Ribeiro, explica que R$ 23,50 foi o menor preço encontrado entre 10 empresas que demonstraram interesse na venda para o governo - o maior foi de R$ 42. O total da compra foi de R$ 1.762.500.>
Tivemos empresas que ofereceram o produto a R$ 7, mas que não atendiam ao descritivo dos pré-requisitos e não estavam cadastradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destaca.>
Sobre o valor da compra do Estado, Ribeiro diz estar compatível com o encontrado no mercado. Utilizamos uma referência do Ministério da Saúde que também buscou a aquisição em nível nacional, que não foi concluída. Dentro do compatível com o mercado, o preço está a contento. Claro que há as faixas que variam de X para Y, mas dentro do que temos de documentos que foram coletados, é o valor praticado.>
No processo da Serra, três empresas apareceram com propostas para enviar as 4 mil unidades requeridas. A compra, em fevereiro, saiu por R$ 35.200, ou seja, R$ 8,80 cada uma. A prefeitura informou que o critério básico adotado na compra foi o do menor preço.>
A empresa vencedora apresentou toda documentação técnica do produto que foi exigida, além de amostras, diz a resposta do município.>
Ambos aprovados pela Anvisa>
Tanto o repelente da Silvestre Labs, tipo loção, que foi adquirido pelo governo do Estado, quanto o Vap Loção, comprado pela Prefeitura da Serra, aparecem na lista de produtos registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).>
Comprados pela prefeitura da Serra>
O que pedia o processo >
Dispensa de licitação>
A prefeitura procurava um repelente de princípio ativo a base de DEET, concentração de 8% a 15%, não oleoso e dermatologicamente testado.>
Quantidade e preço>
Foi pago R$ 35.200 por 4 mil unidades, R$ 8,80 cada.>
O produto >
Loção>
Vap, repelente de insetos de 200 ml, do tipo loção, com princípio ativo DEET.>
Comprado pelo Estado >
O que pedia o processo >
Dispensa de licitação>
O processo do governo do Estado pedia um repelente contra insetos com princípio ativo DEET, com concentração de 8% a 15%. Loção hidratante, de rápida absorção,>
não oleoso, dermatologicamente testado, fragrância agradável.>
Quantidade e preço>
Foi pago um total de R$ 1.762.500 por 75 mil frascos, a R$ 23,50 cada.>
O produto >
Loção>
O escolhido foi um repelente de 200 ml do tipo loção, com princípio ativo DEET, produzido pela empresa farmacêutica Silvestre Labs e que ainda não está disponível para venda no mercado de rua.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta