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Crianças são atendidas em cadeiras no corredor do Infantil de Vila Velha

Crianças são atendidas em cadeiras no corredor do Infantil de Vila Velha

Uma mãe diz ter encontrado uma agulha usada em cima da maca em que a filha foi colocada. Grávidas também não tinham atendimento completo na maternidade

Publicado em 27 de março de 2019 às 13:15

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Criança recebendo soro em cadeira do Himaba. (Internauta)

Com crianças deitadas em cadeiras ou macas nos corredores, quem procurou por socorro durante a noite desta terça-feira (26) no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, reclamou de demora no atendimento. Pais reclamavam sobre a fila e a falta de médicos no Pronto Atendimento da unidade e na maternidade.

A cabeleireira Vilma Moura disse ter chegado no Himaba com a neta de cinco anos por volta de 11h de terça, mas o atendimento aconteceu apenas às 21h30. A criança chegou a ter convulsão e a avó, em desespero, invadiu o local de atendimento.

"Eu cheguei aqui 11h, vim de Arlindo Vilaschi com uma criança de cinco anos com 40 graus de febre e, quando eu vi que ela estava convulsionando, eu invadi. Fui até sem educação, infelizmente quem é mãe e avó tem que passar por uma situação dessas", desabafou.

Crianças são atendidas em cadeiras no corredor do Infantil de Vila Velha

Dentro do hospital a situação também era ruim. Crianças estavam internadas em cima de cadeiras pelo corredor do hospital. O João Miguel, de apenas sete meses, era uma delas e a mãe dele, a dona de casa Ana Alice Vasconcellos, estava revoltada.

"O meu filho está com suspeita de pneumonia e bactéria no sangue e está lá dentro na cadeira. Tem muitas outras crianças, inclusive uma bebê de 30 dias que também está na cadeira com a mãe desde cedo", contou.

AGULHA USADA E INSETOS

Com a filha internada em uma das macas do Himaba, uma mãe, que preferiu não se identificar, registrou uma agulha usada que foi esquecida em cima da maca que a filha dela foi colocada e uma embalagem de lanche dentro do armário de roupas com insetos ao redor.

Por volta das 23h desta terça, a recepção do Himaba ainda tinha muita gente na espera por atendimento. Os acompanhantes contaram à reportagem do Bom Dia Espírito Santo que pela manhã tudo estava normal, mas durante a tarde a situação piorou.

MATERNIDADE

E não era só no Pronto Atendimento que havia problemas. Na maternidade, grávidas eram liberadas mesmo ainda passando mal, como a dona de casa Érica Pereira, que está grávida de gêmeos e tem medo de perder os filhos.

"Eu não sinto mais a região da minha barriga porque a pele já esticou o que tinha que esticar e eu sinto muita dor. Eles falaram que os bebês estão bem e que se estivesse acontecendo alguma coisa eles iriam tirá-los. A minha preocupação é dos meus bebês morrerem", desabafa.

Outra grávida procurou atendimento duas vezes durante a terça-feira, mas também foi liberada ainda passando mal.

DIRETORIA E SESA

A diretora geral do Himaba, Ana Kécia Xavier, em entrevista à TV Gazeta nesta quarta (27), reconheceu a situação, mas disse que todo paciente é atendido. Ela ressaltou, ainda, que muitos casos deveriam ser atendidos nos Pronto Atendimentos ou em unidades de saúde.

"Ontem nós tivemos uma superlotação sim no pronto-socorro, o que acontece em alguns momentos são pacientes demandados dos pronto-socorros que chegam aqui para o atendimento do especialista de pediatria. Então, em alguns momentos, a gente tem sofrido essa superlotação na unidade, mas nenhum paciente deixa de ser atendido. Como atinge a capacidade máxima instalada da unidade, os pacientes, em alguns momentos ficam sim em cadeira de plástico, mas não são pacientes internados. Nós temos sim a estrutura, tem os espaços adequados, mas quando atinge a capacidade máxima, é o que a gente consegue fazer. O paciente não deixa de ser assistido, talvez ele não seja assistido na melhor qualidade, a melhor assistência de hotelaria, mas assistência médica ele recebe. Falta leito sim para atendimento e muitas vezes não são pacientes de complexidade do hospital, são pacientes que poderiam ser atendidos no próprio P.A se houvesse a disponibilidade do especialista", explicou a diretora. 

Sobre a falta de leitos, a Sesa diz que o hospital tem 68 leitos e, quando necessário, é realizado a regulação dos pacientes

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Com informações de Tiago Félix.

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