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Com ossos na Catedral, quem é a capixaba que será homenageada pelo papa?

Com ossos na Catedral, quem é a capixaba que será homenageada pelo papa?

Uma irmã que foi assassinada e teve o braço decepado em 1985 terá um dia dedicado à sua memória em Roma. Cleusa Carolina Rody Coelho pode se tornar a primeira santa capixaba reconhecida pela Igreja Católica

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 11:33

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Data: 07/10/2019 - ES - Vitória - Fotos do braço da irmã Cleusa na Catedral de Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Vitor Jubini - GZ. (Vitor Jubini)
Com ossos na Catedral, quem é a capixaba que será homenageada pelo papa?

Uma irmã capixaba que morreu em defesa de povos indígenas será homenageada pelo papa Francisco durante o Sínodo da Amazônia, que acontece em Roma, de 06 a 27 de outubro. Cleusa Carolina Rody Coelho, que pode se tornar a primeira santa do ESfoi assassinada no dia 28 de abril de 1985, às margens do Rio Paciá, na Prelazia de Lábrea, no Amazonas. Veja curiosidades sobre a irmã.

Segundo informações da irmã Josefina Casagrande, que colabora no processo de beatificação da capixaba, o dia 25 será dedicado à irmã Cleusa, que faz parte da congregação Missionária Agostiniana Recoleta.

“Está acontecendo em Roma uma reunião do papa com os bispos sobre a Amazônia, que envolve nove países. Durante este tempo, vão ter momentos dedicados àqueles que morreram dedicando a vida à Amazônia, na luta com o povo, defendendo a natureza. São muitas pessoas a ser homenageadas em vários momentos. No dia 25 vão dedicar à irmã Cleusa”, afirma.

Irmã Cleusa Rody Coelho. (Diocese de Cachoeiro)

REPRESENTANTES DO ES

Um casal do Espírito Santo irá prestigiar o evento. A bibliotecária Paula Freire Cezatti Albani e o vendedor Antonio Romildo Albani, que são membros da Fraternidade Missionária Agostiniana Recoleta (Framar), vão acompanhar a homenagem.

De acordo com Paula, ela não sabe ainda se outras pessoas serão homenageadas no mesmo dia. “Mas sabemos que nesse dia vão focalizar a irmã Cleusa. Vão fazer memória, relembrando a vida dela, a doação, o testemunho dela como cristã, como missionária e alguém que foi morta por estar defendendo os mais pequenos”, diz.

RECONHECIMENTO DO PAPA

Segundo Paula, que é a bibliotecária do processo de beatificação da irmã, há uma expectativa de que, durante o Sínodo, o papa reconheça a irmã Cleusa como mártir. 

Aspas de citação

Levando em conta a homilia do papa na missa de abertura do Sínodo, sua atenção voltada para os povos indígenas e os acontecimentos em torno da região Pan Amazônica, temos esperança que não só irmã Cleusa, mas todas as pessoas que tiveram seu sangue derramado naquelas terras tenham seu martírio reconhecido oficialmente pela Santa Sé.

Paula Freire Cezatti Albani
Bibliotecária
Aspas de citação
Paula Albani e Antonio Romildo Albani, membros da Fraternidade Missionária Agostiniana Recoleta. (Arquivo Pessoal)

IRMÃ CLEUSA

Cleusa Carolina Rody Coelho nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 12 de novembro de 1933. Estudou no Colégio João Bley, no Município de Itapemirim, onde realizou o curso primário e depois estudou no Colégio Estadual Muniz Freire – Liceu, em Cachoeiro de Itapemirim, local que recebeu a medalha de ouro por ser a melhor aluna, por dois anos seguidos.

MELHOR ALUNA

Por ter sido considerada a melhor aluna de toda escola no curso de Magistério, recebeu do Governo do Estado, como prêmio, o direito de exercer o trabalho de Professora na escola que escolhesse, sem necessitar entrar em concurso de ingresso e remoção. Cleusa, nesse exato momento, escolheu deixar tudo e ingressar na vida religiosa.

MISSÃO

Esteve em missão nos seguintes locais: Lábrea e Manus, no Amazonas; Colatina e Vitória, no Espírito Santo.

Irmã Cleusa Rody. (Acervo Congregação das Missionárias Agostinianas Recoletas)

MORTE

No dia 28 de abril de 1985, Irmã Cleusa, foi assassinada, às margens do Rio Paciá, na Prelazia de Lábrea – Amazonas. Portanto, dedicou 32 anos de sua vida missionária ao serviço dos mais empobrecidos: hansenianos, presidiários, cegos, menores de rua e índios.

A exumação de seu corpo se deu no dia 23 de maio de 1991. Os restos mortais foram depositados na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Lábrea, no Amazonas.

OSSOS NA CATEDRAL

Os ossos do seu braço direito, decepado na hora do crime, estão, desde o dia 02 de junho de 1991, depositados na Catedral Metropolitana de Vitória, quando então foi iniciado o processo de sua beatificação, cujo encerramento se deu na Arquidiocese de Vitória, aos 25 de abril de 1993. O local não é de acesso ao público, fica no subsolo, na tumba dos bispos.

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Data: 07/10/2019 - ES - Vitória - Fotos do braço da irmã Cleusa na Catedral de Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Vitor Jubini - GZ. (Vitor Jubini)

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