Uma irmã capixaba que morreu em defesa de povos indígenas será homenageada pelo papa Francisco durante o Sínodo da Amazônia, que acontece em Roma, de 06 a 27 de outubro. Cleusa Carolina Rody Coelho, que pode se tornar a primeira santa do ES, foi assassinada no dia 28 de abril de 1985, às margens do Rio Paciá, na Prelazia de Lábrea, no Amazonas. Veja curiosidades sobre a irmã.
Segundo informações da irmã Josefina Casagrande, que colabora no processo de beatificação da capixaba, o dia 25 será dedicado à irmã Cleusa, que faz parte da congregação Missionária Agostiniana Recoleta.
Está acontecendo em Roma uma reunião do papa com os bispos sobre a Amazônia, que envolve nove países. Durante este tempo, vão ter momentos dedicados àqueles que morreram dedicando a vida à Amazônia, na luta com o povo, defendendo a natureza. São muitas pessoas a ser homenageadas em vários momentos. No dia 25 vão dedicar à irmã Cleusa, afirma.
Um casal do Espírito Santo irá prestigiar o evento. A bibliotecária Paula Freire Cezatti Albani e o vendedor Antonio Romildo Albani, que são membros da Fraternidade Missionária Agostiniana Recoleta (Framar), vão acompanhar a homenagem.
De acordo com Paula, ela não sabe ainda se outras pessoas serão homenageadas no mesmo dia. Mas sabemos que nesse dia vão focalizar a irmã Cleusa. Vão fazer memória, relembrando a vida dela, a doação, o testemunho dela como cristã, como missionária e alguém que foi morta por estar defendendo os mais pequenos, diz.
Segundo Paula, que é a bibliotecária do processo de beatificação da irmã, há uma expectativa de que, durante o Sínodo, o papa reconheça a irmã Cleusa como mártir.
Cleusa Carolina Rody Coelho nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 12 de novembro de 1933. Estudou no Colégio João Bley, no Município de Itapemirim, onde realizou o curso primário e depois estudou no Colégio Estadual Muniz Freire Liceu, em Cachoeiro de Itapemirim, local que recebeu a medalha de ouro por ser a melhor aluna, por dois anos seguidos.
Por ter sido considerada a melhor aluna de toda escola no curso de Magistério, recebeu do Governo do Estado, como prêmio, o direito de exercer o trabalho de Professora na escola que escolhesse, sem necessitar entrar em concurso de ingresso e remoção. Cleusa, nesse exato momento, escolheu deixar tudo e ingressar na vida religiosa.
Esteve em missão nos seguintes locais: Lábrea e Manus, no Amazonas; Colatina e Vitória, no Espírito Santo.
No dia 28 de abril de 1985, Irmã Cleusa, foi assassinada, às margens do Rio Paciá, na Prelazia de Lábrea Amazonas. Portanto, dedicou 32 anos de sua vida missionária ao serviço dos mais empobrecidos: hansenianos, presidiários, cegos, menores de rua e índios.
A exumação de seu corpo se deu no dia 23 de maio de 1991. Os restos mortais foram depositados na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Lábrea, no Amazonas.
Os ossos do seu braço direito, decepado na hora do crime, estão, desde o dia 02 de junho de 1991, depositados na Catedral Metropolitana de Vitória, quando então foi iniciado o processo de sua beatificação, cujo encerramento se deu na Arquidiocese de Vitória, aos 25 de abril de 1993. O local não é de acesso ao público, fica no subsolo, na tumba dos bispos.
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