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Cinco Pontes ainda sem luz mesmo após bandidos matarem ciclista

Cinco Pontes ainda sem luz mesmo após bandidos matarem ciclista

Prefeitura de Vitória (PMV) promete instalar nova iluminação, mas não há prazo para serviço ser executado

Publicado em 30 de maio de 2019 às 23:43

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Cinco Pontes ainda sem luz mesmo após bandidos matarem ciclista. (Ricardo Medeiros | GZ)

Há duas semanas o ciclista Carlos Renato de Souza, de 45 anos, foi morto por bandidos que o assaltaram em cima da ponte Florentino Avidos, conhecida como Cinco Pontes, que liga Vitória a Vila Velha. Na ocasião, moradores da região e colegas da vítima apontaram que a escuridão por lá faz aumentar a bandidagem, mas o fato é que o local continua sem iluminação. Agora, a Prefeitura de Vitória (PMV) promete instalar novos refletores anti-roubo no local, mas ainda sem prazo para entregar o serviço.

"O ladrão cobra pedágio", diz o cicloativista e membro fundador da União dos Ciclistas do Brasil (UCB), Fernando Braga. Para ele, que passou pelo local ao menos uma vez por dia durante 24 anos, não tem jeito para melhorar a criminalidade por lá se não houver policiamento e iluminação. "Ladrão sempre teve. E ele vai aonde está mais fácil. Lá, sem polícia e sem luz, é o lugar ideal", destaca.

Cinco Pontes ainda às escuras após assassinato de ciclista

Fernando comenta que a sorte dele sempre foi ser conhecido na região, mas diz que já ficou sabendo de inúmeros episódios de amigos que até se recusavam a passar pelas Cinco Pontes. "Eu passava direto, porque trabalhava em Vitória e Cariacica, em horários diferentes, e morava em Vila Velha. Tinha dia que passava até quatro vezes pela região. Era muito deserto", lembra.

(Ricardo Medeiros | GZ)

Segundo a vendedora Vilma de Jesus Santos, de 49 anos, passar pela ponte à noite não faz parte da sua rotina por medo de ser assaltada. “Eu passo por ela quase todo dia, mas é raro atravessar quando já está escuro porque frequentemente fico sabendo de alguém que é vítima de assaltantes por aqui”, diz ela, que mora em Argolas, em Vila Velha, mas cruza as Cinco Pontes para ir à Capital.

Para a vendedora, a saída é mesmo instalar uma iluminação potente pela ponte, mas o policiamento não pode ser esquecido. “Não costumo ver policiais por aqui, mas já vi algumas cenas suspeitas. Assalto nunca, mas é que acho que todo mundo toma muito cuidado e à luz do dia é mais difícil, mesmo”, conclui, pedindo: “Iluminado seria bem melhor”.

POLICIAMENTO

Procurada pelo Gazeta Online, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) garante que o policiamento é feito na região. A pasta diz que a ronda dos policiais é feita de acordo com o mapa do crime e com base nos registros de ocorrências nas regiões.

A área das Cinco Pontes é vigiada pelos agentes da 2ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar, que, segundo a Sesp, realiza operações constantes em toda a redondeza da Ilha do Príncipe.

"O comando da 2ª Companhia lembra que está à disposição da comunidade para juntos planejarem ações de policiamento para o local. Criminosos que agem em determinados tipos de crime aguardam justamente o momento em que o policiamento fica ausente, para cobrir outras áreas, e cometem os crimes. Por isso, é necessário que os registros sejam feitos e a população ainda pode colaborar denunciando ações criminosas por meio do telefone 181 ou pelo site do disque-denúncia", diz, trecho final da nota enviada à reportagem.

O OUTRO LADO

Questionada pela reportagem, a Prefeitura de Vila Velha (PMVV) diz que a responsabilidade é do Departamento de Estradas e Rodagens do Espírito Santo (DER-ES). Procurado, o DER-ES diz que é papel das prefeituras instalarem iluminação na ponte.

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A Prefeitura de Vitória (PMV) garante que está em fase final de elaboração de um novo projeto de iluminação para as Cinco Pontes que evite a ação de vândalos e criminosos, já que o próprio órgão admite que os refletores que foram instalados acabaram sendo roubados. "A Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) pede a quem flagrar atos de vandalismo e roubo que denuncia imediatamente pelo 190", diz, trecho da nota enviada para A GAZETA.

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