Publicado em 2 de abril de 2018 às 23:16
O anúncio feito em primeira mão pelo Gazeta Online de que a Linha Verde, em Camburi, Vitória, vai voltar a operar no dia 10, mas com uma nova modalidade a Carona Solidária gerou dúvidas de como funcionaria a fiscalização ou mesmo como seria definida essa carona liberada para tráfego na faixa exclusiva da Dante Michelini. Com a mudança, além de ônibus, táxis e vans, veículos com mais de três de passageiros poderão trafegar na Linha Verde sem qualquer punição. A Prefeitura de Vitória realizou uma coletiva e esclareceu alguns pontos.>
CRIANÇA TAMBÉM CONTA?>
Não há limites de idade na contagem do número de ocupantes de um carro para a carona solidária. Estando no carro os pais e um bebê, por exemplo, já alcançará o limite de três pessoas no veículo, o que permitirá que ele trafegue pela Linha Verde, a faixa exclusiva para transporte público - e agora também solidário - na orla de Camburi, em Vitória. É o que explica secretário de Transportes e Trânsito, Tyago Hoffmann, que anunciou na tarde desta segunda-feira (02) o retorno do projeto para o dia 10 de abril.>
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De acordo com o secretário, a principal exigência para caracterizar a "carona solidária" é que tenha pelo menos três pessoas no carro, não importando a idade. "Pode ser um bebê ou uma criança. O importante é priorizar o transporte coletivo, público e solidário", destacou.>
FISCALIZAÇÃO>
Ele garante que será possível fiscalizar o número de ocupantes de cada veículo, não só pelas câmeras "que possuem uma boa qualidade de imagem", como explicou, mas também pela atuação dos guardas municipais. E citou como exemplo o uso de celular, em que ocorrem flagras e multas até nos casos em que os veículos usam película de proteção de vidro mais escura. "Após o período de adaptação, trafegar desrespeitando as regras da Linha Verde será uma infração de trânsito como outra qualquer. Nos casos em que for flagrado, será multado", assinalou.>
Mas ele garante que prefere apostar na orientação e na educação dos que trafegam pela cidade. "Apostamos da orientação e educação. Confiamos que as pessoas vão fazer o que é certo e seguir a lei", pondera o secretário.>
TESTE>
O período de adaptação ocorrerá nas próximas três semanas, mas deverá ser prorrogado, como adiantou o secretário. Neste intervalo a prefeitura pretende fazer ajustes técnicos também em outras vias para melhorar o tráfego na Linha Verde. É o caso, por exemplo, do cruzamento da Rua Odete Braga Furtado com a Avenida Américo Buaiz, que garante acesso à Terceira Ponte. Pelo volume de carros que segue para Vila Velha, acaba causando congestionamentos na Avenida Américo Buaiz, e será fechado nos horários de pico, entre 16h30 e 20 horas. "Vamos fazer várias adaptações ao longo do período", disse Hoffman.>
Neste intervalo não haverá a aplicação de multas. Ela só vai ocorrer após o período de testes, que ainda não tem uma data definida para ser concluído.>
AMPLIAÇÃO>
O programa de corredores exclusivos para ônibus, a chamada Linha Verde, será ampliada assim que a cidade estiver adaptada à faixa de Camburi. O primeiro corredor já planejado, segundo Hoffman, vai do final de Camburi até o Centro de Vitória, mas ainda não há data prevista para que o projeto saia do papel. "O programa vai atingir todos os corredores, mas será feito com tranquilidade, para que a cidade se adapte. Pedimos a paciência e um voto de confiança da população", disse.>
De acordo com o secretário, não existem outras alternativas para melhorar o trânsito de Vitória que não passem pelo transporte público e solidário. "A frota de Vitória cresce 10% ao ano. A Avenida Saturnino de Brito atinge 195% de sua capacidade de tráfego no horário de pico e em cinco anos vai ficar impossível transitar por ela. O transporte público é a melhor alternativa", desabafa.>
CONVERSAS>
Uma nova discussão com as comunidades voltará a ser feita em data a ser agendada, segundo o secretário, sobre a Linha Verde. Desta vez haverá a participação do Ministério Público Estadual. Mas Hoffman destaca que as faixas exclusivas para ônibus estão presentes no Plano de Mobilidade Urbana, que foi debatido com a comunidade. O mesmo aconteceu com o Plano Plurianual de 2017, e cuja discussão foi participativa. "Foram 22 reuniões, com 75 associações e 30 conselhos municipais. Um projeto que também passou pela Câmara dos Vereadores, onde foi aprovado. E já tinha o nome de Linha Verde", explicou o secretário.>
Foi a alegação de falta de discussão do projeto com as comunidades que levou o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Municipal, Mário Silva Nunes Neto a suspender o funcionamento da Linha Verde. Mas na última quarta-feira (28), outra decisão, desta vez do desembargador Délio Rocha Sobrinho, voltou a autorizar a operação da linha. Ele aceitou um pedido da Procuradoria Geral do Município (PGM) da Prefeitura de Vitória, que havia recorrido contra a decisão do juiz Mário.>
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