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Com inflação nas alturas, BC aumenta Selic para 10,75% ao ano

Com inflação nas alturas, BC aumenta Selic para 10,75% ao ano

Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por uma nova alta de 1,50 ponto porcentual da taxa básica de juros em tentativa de frear alta nos preços

Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 18:53- Atualizado há 2 anos

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Com a Selic em seu menor patamar histórico, especialistas sugerem a renda variável como opção de investimento
Selic tem subido para tentar controlar a inflação no país. (JComp/Freepik)

Com a inflação sem dar trégua e a economia em recessão técnica, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por uma nova alta de 1,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros) nesta quarta-feira (2). A taxa subiu de 9,25% para 10,75% ao ano, conforme já havia indicado o Copom na última reunião, em dezembro.

Foi o oitavo movimento consecutivo dos juros, após o BC cortar a taxa básica à mínima histórica (2%) em meio à pandemia de Covid-19. Nas seis reuniões anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 ponto porcentual em três ocasiões, em 1 ponto nos encontros de agosto e setembro, e em 1,5 ponto em outubro, dezembro e agora.

A taxa está, portanto, no maior nível do governo Jair Bolsonaro. Quando o presidente chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%.

A Selic é a taxa de juros básica do Brasil, ou seja, é a referência usada para o pagamento da dívida pública pelo governo. Ela também influencia as demais taxas de juros dos bancos e altera a rentabilidade de algumas aplicações financeiras como a poupança e outros investimentos mais conservadores.

A taxa é usada pelo Banco Central como ferramenta para controlar a inflação, já que a alta ou a queda dos juros influencia o consumo das famílias e a tomada de crédito no país.

Em linhas gerais, quando a inflação está alta, aumentam-se os juros para reduzir o consumo e forçar uma queda nos preços. Quando a inflação está muito baixa, o Banco Central reduz a Selic para estimular o consumo.

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

O Copom considerou que, no cenário externo, o ambiente segue menos favorável e, em relação à atividade econômica brasileira, indicadores relativos ao quarto trimestre tiveram evolução ligeiramente melhor que a esperada, em particular os relativos ao mercado de trabalho.

As expectativas de inflação para 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 5,4% e 3,5%, respectivamente.

Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avaliou que a incerteza em relação a área fiscal segue mantendo elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário de referência.

O Comitê entendeu que essa decisão "reflete o cenário de referência e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui o anos-calendário de 2022 e, em grau maior, o de 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".

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