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Abacaxi de Marataízes: grande produção faz produtor descartar fruta

Abacaxi de Marataízes: grande produção faz produtor descartar fruta

Este mês, segundo produtores, registrou um grande volume do produto no município e os preços despencaram. Para alguns, não compensou nem fazer a colheita

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 19:02

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Segundo produtor Bruno Alves da Silva, descarte aconteceu em Minas Gerais. (Reprodução/ Redes sociais)

Uma cena repercutiu nas redes sociais nesta semana em Marataízes, Litoral Sul do Espírito Santo. Na imagem, publicada por um produtor rural da região, um caminhão cheio de abacaxis faz o descarte da carga. A imagem curiosa, no entanto, não foi registrada na cidade capixaba, mas segundo os produtores,  as frutas foram cultivadas no município do Sul do Estado e muitos deles estão amargando prejuízos mesmo antes da fruta chegar à venda.

A imagem foi publicada pelo produtor Bruno Alves da Silva. “Recebi a foto de um amigo que estava vendendo em Ipatinga, Minas Gerais, mas os abacaxis são de Marataízes, estavam sendo vendidos lá (Minas). Muitas vezes, o fruto saiu muito maduro e acabam perdendo. Tem produtor perdendo o fruto na lavoura aqui. Há um excesso na produção. Poderia haver uma diversificação de outras culturas, uma cooperativa ou indústria onde o fruto pudesse ser vendido”, sugere o produtor.

O produtor Cleyton da Silva diz que no mês de novembro é comum ocorrer o grande volume do produto no município. Com isso os preços caem, não compensando nem fazer a colheita porque ela não cobre os custos. “Hoje (25) estou em São Paulo para vender ao Ceagesp. Perdi cerca de 10 mil unidades na lavoura. Meu tio perdeu umas 50 mil unidades”, revela o produtor.

Marataízes é o maior produtor da fruta do Espírito Santo e quem vive do cultivo do abacaxi diz que os preços despencaram nas últimas semanas. A unidade chegou a ser vendida a R$ 0,50, quando normalmente era comercializada a R$ 2.

CHUVA

Além da grade quantidade do fruto no mercado, outro problema foi a chuva dos últimos dias. É o que diz Cremildo Marvila, que é produtor na localidade de Brejo dos Patos e presidente da Associação de Moradores e Agricultores Familiares de Marataízes.

“Choveu demais, amadurou muito abacaxi e não teve venda. Alguns produtores perderam mesmo na roça. Essa remeça agora, que o fruto está verde, vai vender num preço melhor, vai subir daqui uns 20 dias”, disse o produtor. O presidente não soube dizer qual é o volume perdido do fruto nas últimas semanas. 

APOIO

O abacaxi de Marataízes é da espécie ‘pérola’ - comercializado para o Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O secretário de Agricultura, Agropecuária, Abastecimento e Pesca de Marataízes, Marciones Nunes de Souza, comenta que a produção do fruto nas propriedades rurais é uma questão cultural e que atravessa gerações.

Apesar disso, garante que a prefeitura incentiva a implementação de outras culturas, para que o produtor tenha outras opções de cultivo nesta época. “A prefeitura tem um projeto de diversificação de produção, como a laranja, que distribuímos cerca de 5 mil mudas neste ano. Em 2021 vamos também dar apoio doando adubo e calcário para as lavouras”, disse o secretário.

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Segundo dados da prefeitura de Marataízes quase três mil hectares são utilizados para a plantação do fruto. Isso equivale a aproximadamente três mil campos de futebol. A produção envolve cerca de 1.750 famílias e a média de colheita por produtor varia de 20 mil a até 1 milhão de frutos nas grandes propriedades.

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