Publicado em 14 de maio de 2023 às 10:39
O que o sorriso de um bebê é capaz de despertar? No coração de uma mãe, pode significar tantas coisas, e recomeço é uma delas. As internas do presídio feminino em Cariacica, na Grande Vitória, acreditam que ser mãe, durante o período em que estão presas, é uma nova esperança. >
Jéssica Raiany
Detenta e mãe de HelenaNo caso da Jéssica e das outras mamães, os bebês trazem um novo sentido à maternidade. Todas as mães detentas já têm outros filhos, mas esses são diferentes. Nasceram dentro da penitenciária onde elas cumprem pena.>
"A Helena chegou pra mudar o meu eu e o meu ego. No mundo lá fora, a gente acaba sendo mais fria, mais calculista com as cosias, e deixa o sentimento um pouco de lado. Então, ela me trouxe de volta o renovo amoroso, a lágrima que rola. É bem diferente", disse Jéssica.>
Isabela dos Santos veio parar na penitenciária sem saber que estava grávida. Durante um exame preventivo, soube que lá estava o Davi, mostrando uma oportunidade para recomeçar na vida.>
>
Isabela dos Santos Bonfim
Detenta e mãe de DaviNo Espírito Santo, os bebês permanecem com as mães dentro do presídio apenas até os seis meses de vida. >
Durante esse tempo, tanto os bebês como as mães ficam em um alojamento materno-infantil, que é bem diferente do resto do presídio.>
O objetivo é dar às crianças os direitos que elas têm e dar às mães a oportunidade de que elas sejam mães, mesmo enquanto estão cumprindo pena.>
O alojamento tem berço, roupa de cama decorada, pinturas na parede e brinquedos.>
Virgínia Costa Rodrigues aproveita todos os momentos com a Lara, de quatro meses. Sabe que daqui a pouco, provavelmente, vai ter que despedir.>
"A gente tem que se preparar. A gente vai conversando e se preparando, uma a outra. Querendo ou não a gente tem que ter desde o começo. Não adianta, eu tenho a ciência de que ela vai para casa. Não adianta se preparar em cima da hora não. Porque eu já vi crianças indo embora e é brabeza e dureza", comentou Virgínia.>
Para Virgínia, esse tempo dentro do presídio escancarou o que é a maternidade. "Aqui a gente aprende a ser mãe de verdade, na verdade. Lá fora a gente é mãe, mas tem avó, tem mãe, tem tia pra ajudar, tem irmão. Aqui não. Aqui é eu por ela e ela por mim", conta Virgínia.>
E assim as mães detentas vão criando uma nova perspectiva, mesmo que ainda dentro da prisão.>
"A gente pensa tudo que a gente perdeu lá fora e agora quer reconstruir do zero, pelos filhos. É um incentivo a mais", afirmou Jéssica.>
Com informações de Naiara Arpini, da TV Gazeta, e Viviane Lopes, do g1ES>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta