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Espuma misteriosa embaixo da 2ª Ponte preocupa moradores da Grande Vitória

Espuma misteriosa embaixo da 2ª Ponte preocupa moradores da Grande Vitória

A suspeita é que a situação ocorra pela agitação das águas pluviais contaminadas por despejo de esgoto sanitário. Quem passa pelo local reclama da cena

Publicado em 15 de agosto de 2023 às 18:28

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Maria Fernanda Conti
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Quem trafega pela Segunda Ponte já pode ter se deparado com ela: uma espuma branca, que aparece sobretudo pela manhã e quase deságua na Baía de Vitória, mas é impedida por uma rede de contenção. Um vídeo, gravado e enviado ao site A Gazeta, flagrou a cena curiosa entre os municípios de Cariacica Vila Velha. 

A imagem foi feita de dentro de um coletivo, no sentido Cariacica-Vitória, por uma passageira que preferiu não se identificar. De acordo com ela, a situação já se arrasta há meses – entretanto, algumas intervenções chegaram a ser feitas, pois o fluxo diminuiu. A mulher afirma que costuma passar pelo local por volta das 06h30, momento em que sempre vê a espuma.

"Todos no ônibus comentam e ficam chocados pela quantidade, mas ninguém se incomoda ao ponto de procurar saber qual a procedência do que vem sendo lançada no meio-ambiente. É fato que vai causar algum impacto", afirmou.

De quem é a culpa? 

Desde a última quarta-feira (09), quando o vídeo foi enviado para o site, a reportagem demandou várias entidades que pudessem ser responsáveis pelo local. Contudo, a cada novo retorno, os órgãos se esquivavam da culpa, transferindo-a para outras pastas ou administrações municipais. 

Inicialmente, a Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, informou que não encontrou nenhuma atividade que possa ter dado origem ao problema. "Acredita-se que veio trazido pelo canal do Rio Marinho de Cariacica", destacou.

Já a Prefeitura de Cariacica, em nota, destacou que "possivelmente a espuma decorreu devido à turbulência da água liberada pelas comportas abertas" da Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) Marinho, gerida pela Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Houve a promessa, ainda, de que uma equipe de fiscalização ambiental do município iria até ao local verificar a situação.

Governo do Estado, por meio da Sedurb, pontuou que já existem medidas e ações visando minimizar a geração de espuma nas EBAP Cobilândia, Marilândia e Marinho. "As espumas ocorrem pela agitação das águas pluviais contaminadas por contribuições de esgoto sanitário. A carga de esgoto permanece a mesma existente antes das obras das estações, porém, não havia a formação de espuma, pois não se gerava o turbilhoamento proveniente das bombas", ressaltou. 

Ainda segundo o órgão, o tratamento químico não é possível, tendo em vista a grande vazão bombeada e a pouca efetividade: "As bombas não serão acionadas em períodos de seca, o qual tem por objetivo manter os canais em nível baixo para aumentar a capacidade de armazenamento da água em eventual chuva".

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Para isso, a Prefeitura de Vila Velha acompanhará a previsão do tempo, acionando as bombas em período de seca apenas no tempo suficiente para baixar o nível dos canais, e em quantidade reduzida. Em períodos chuvosos a formação de espuma diminui de forma considerável, devido a diluição do esgoto existente, o que permitirá a operação de um maior número de bombas. Porém, mesmo nessa situação, a Prefeitura de Vila Velha operará o sistema de forma otimizada, sempre buscando a menor formação de espuma possível

Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb)
Representante do Governo do ES
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Questionada sobre a presença do esgoto, a Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) afirmou que uma equipe técnica esteve no local na terça-feira (14) e não constatou nenhuma irregularidade que contribuísse para o problema. 

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