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Harvey Weinstein é condenado a 23 anos de prisão por crimes sexuais

Harvey Weinstein é condenado a 23 anos de prisão por crimes sexuais

A sentença do agressor e estuprador foi a primeira vitória do movimento #Metoo perante a justiça

Publicado em 11 de março de 2020 às 14:52

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Ex-produtor de cinema e ex-magnata de Hollywood, Harvey Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão. A sentença foi anunciada nesta quarta-feira, 11, em um tribunal de Nova York, em sessão que contou com a presença de Weinstein. Ele podia pegar entre 5 e 29 anos de prisão.

O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein comparece à corte de Manhattan, em Nova York, para a deliberação do júri no seu julgamento por estupro, nos Estados Unidos. (John Minchillo / AP / Estadão Conteúdo)

Aos 67 anos, Harvey Weinstein foi condenado por estupro e agressão sexual no dia 24 de fevereiro, passou mal após o término do julgamento, foi submetido a uma cirurgia cardíaca e encaminhado ao presídio de Rykers Island, no Bronx, no dia 5 de março.

Esta é a primeira vitória na Justiça do movimento #MeToo, que chacoalhou Hollywood e a indústria do entretenimento como uma todo.

O júri considerou Weinstein culpado de agressão sexual em primeiro grau por praticar sexo oral forçado na ex-assistente de produção Mimi Haleyi, em julho de 2006, e por estupro em terceiro grau da ex-atriz Jessica Mann em março de 2013. Ele foi inocentado de outros dois delitos mais graves, que poderiam levá-lo à prisão perpétua: estupro em primeiro grau de Mann e de ser um predador sexual.

Mimi Haleyi e Jessica Mann foram aplaudidas na entrada do tribunal. Haleyi caiu no choro quando disse ao juiz James Burke que o ataque de 2006 a assustou muito, fez com que ela considerasse se queria mesmo seguir na carreira de atriz e a deixou paranoica e com medo de retaliação. A atriz disse ainda que evita relacionamentos com medo de magoar a outra pessoa, deixá-la constrangida ou afastá-la quando souber o que aconteceu. "Acredito que se Harvey Weinstein não tivesse sido condenado por esse júri, isso aconteceria de novo e de novo", disse.

Ela relembrou o momento em que, durante o julgamento, deixou a sala e seus gritos, em uma sala adjacente, puderam ser ouvidos dentro do tribunal. "O dia em que meus gritos foram ouvidos de dentro da sala de testemunhas foi o dia em que minha voz voltou." Ela disse ainda que foi uma vítima da "paralisia do estupro" e que não podia lutar. "O estupro não é só o momento da penetração, ele dura para sempre."

Os advogados de Weinstein pediram leniência por causa de saúde frágil do ex-produtor. Weinstein disse aos jurados que os homens que estão enfrentando acusações após o movimento #MeToo estão sendo acusados de "coisas que ninguém entende", dizendo também que estava confuso quanto ao caso de estupro que o colocou na prisão. "Milhares de homens estão perdendo por causa do processo. Estou preocupado com este país", disse o ex-magnata depois que duas de suas vítimas o confrontaram no tribunal.

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Já os procuradores disseram que o ex-titã de Hollywood merecia uma pena dura por conta de todas as acusações feitas e que remontam aos anos 1970. (Com agências internacionais).

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