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$aiter investe na música e promete bombar com representatividade

$aiter investe na música e promete bombar com representatividade

Moradora da Serra, artista de 23 anos canta contra homofobia, a favor do feminismo e projeta mais novos lançamentos em meio à pandemia da Covid-19

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 09:01

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Gabriela Braga Saiter Pereira: a $aiter, lady queen e cantora do Espírito Santo
Gabriela Braga Saiter Pereira: a $aiter, lady queen e cantora do Espírito Santo. (Lucas Sarcinelli)

Gabriela Braga Saiter Pereira, de 23 anos, entra no meio musical como $aiter - nome pelo qual gosta de ser chamada. A cantora engatinha na carreira profissional sob o trap, com o primeiro lançamento tendo sido feito em novembro do ano passado, mas já pensa grande quando fala dos projetos futuros. "Acho que o cenário do Espírito Santo cresce de forma incrível. Temos artistas supervalorizados e acho que, principalmente para as mulheres, agora é o desabrochar", diz, em bate-papo com o Divirta-se.

Neste ano, a artista também já fez alguns lançamentos, dentre eles uma parceria musical com Budah, outro nome hypado da cena cultural do Espírito Santo. Juntas, cantaram a envolvente "Caos", um dos singles com clipe que $aiter, inclusive, mais gosta: "A gente vai se puxando em uma corrente. É como se estivessem crescendo monstros do rap feminino". Só no YouTube, a canção, que fala de empoderamento e relacionamentos, tem mais de 29 mil views em pouco mais de 30 dias

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Estou muito animada, porque estou prestes a fechar um projeto de três meses com uma música por semana

$aiter
Cantora
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A lady queen capixaba (o título é dado e usado por mulheres que, assim como as drag queens, representam uma forma de arte forte e expressiva) ainda tem orgulho do que tem conquistado, mesmo com o pouco tempo de carreira. Embora ainda não possa ostentar uma vida sustentada pela própria arte, ela batalha para conseguir o objetivo o quanto antes.

Durante a entrevista, chegou a confessar que aperfeiçoou o talento autodidata, já que nunca teve aulas de música. Os primeiros contatos com a arte foram por meio de poesias que ela escrevia em até cinco minutos.

"Veio a oportunidade (na música) e foi muito legal, pois foi quando tudo começou. Acho que dá para falar muita coisa em 'pouca linha' com o trap. É uma música de muita expressão, mas o legal é não se prender a um ritmo", comenta.

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    Tenho pouco tempo de carreira como profissional. Comecei com meu primeiro clipe, em novembro do ano passado, mas escrevo desde criança. Sou apaixonada por escrever, criar letras e sons. Sou muito da poesia. Nunca tinha feito aula nem nada. Essa música de novembro foi a primeira mesmo, eu era um pouco tímida. Mas veio a oportunidade, foi muito legal, e aí tudo começou. Acho que dá para falar muita coisa em pouca linha com o trap. É uma música de muita expressão, mas o legal é não se prender a um ritmo. Poesia é falar sobre o que dá vontade. E o trap é um jeito fácil de fazer isso.

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    Essas músicas que estou lançando agora, eu escrevi há algum tempo. Elas representam minha cabeça desse mesmo tempo. Não que eu tenha evoluído muito (risos). É o começo de um processo de uma autoaceitação, de conhecimento de mim mesma e foi todo um processo de sentar no meu quarto e escrever, porque eu preciso estar em casa. E (a música) vem. São músicas escritas em cinco, 15 minutos, porque a inspiração vem e só flui. A caneta só escreve. Tenho, também, sorte na vida de ter amigos e conhecido pessoas maravilhosas que acreditam no meu trabalho.

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    Acho que tenho muita referência da minha infância, que é das mulheres da MPB dos anos 2000. Ana Carolina, Adriana Calcanhoto, Tribalistas, acho que carrego muito disso e me inspiro para o som que eu consigo fazer. Essa carga vem muito da minha mãe, ouvindo o dia inteiro essas músicas. E minha paixão sempre foi escrever, colocar no papel.

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    Essa questão de ver que, mesmo pequena, eu tenho uma representatividade, me bateu muito no meu último clipe, de Caos, com Budah. Foi uma parceria. Pessoas vieram me perguntar sobre perda de peso, meu cabelo, carreira, como eu me comporto... E comecei a ver que, mesmo achando que não, você é uma referência. E é legal. Acredito que eu ainda consigo ser super eu mesma e pensar em fazer as coisas como eu faria, sem pensar, só agindo. O que eu espero com isso é mostrar quem eu sou. Que sou uma mulher sapatão com muitas ideias na cabeça, muitas opiniões, que nem sempre estão certas. Então, acho que essa questão de imagem, de projeção, é algo que vem. Quero ser alguém que carrega minha bandeira e que consiga falar de todos os assuntos.

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    Eu acho que, como eu venho da poesia, me expresso de uma forma mais poética, mais lírica, subliminar talvez. Mas eu também não me coloco essa pressão. Se eu quiser falar exatamente o que estou sentindo, tudo bem, também. Mas acho que é isso, a liberdade.

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Gabriela Braga Saiter Pereira: a $aiter, lady queen e cantora do Espírito Santo
Gabriela Braga Saiter Pereira: a $aiter, lady queen e cantora do Espírito Santo. (Reprodução/Instagram @sai.ter)
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    Acho que o cenário do Espírito Santo cresce de forma incrível. Temos artistas supervalorizados. Acredito que, principalmente para as mulheres, agora é o desabrochar. É incrível viver esse momento, quando mulheres capixabas estão sendo ouvidas, valorizadas e respeitadas. A música capixaba ganha com isso. A parceria foi muito incrível, sou muito fã dela. Para mim, era surreal fazer uma produção dessas com ela. A gente vai se puxando em uma corrente. É como se estivessem crescendo monstros do rap feminino. Acredito que, em um ano, isso vai explodir e as músicas 50 mais tocadas do Brasil serão de mulheres.

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    Eu acho que acabou vindo por eu ser extravagante. Por gostar de tacar um quilo de glitter no rosto, pelas minhas roupas serem diferentes, eu sou essa pessoa. E acabei puxando para a minha carreira artística. Achava que Gabriela era uma pessoa e $aiter era outra, mas são todas pessoas. Por ser essa pessoa, o título veio.

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    Acho que consigo englobar todos os assuntos, mesmo que eu não fale diretamente sobre isso. Todas as músicas falam de liberdade, de ser quem você é. Mas, com certeza, quero fazer projetos direcionados a estes assuntos citados. A gente está em uma caminhada importante. É momento de falar, gritar sobre isso.

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    A pandemia veio com diversas desvantagens para a gente. Uma delas, bem forte, é o impacto para a música, ainda mais para os artistas pequenos. Estamos criando em casa, mas vários projetos ficaram para trás. Não tem nada de bom nisso. Podemos repensar em como o mundo está, em toda a loucura que estamos vivendo. Estou animada para ver pós-pandemia ou pós-apocalipse, como eu chamo essa pandemia. Acho que deu uma acordada na cabeça das pessoas.

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    Estou animada porque estou prestes a fechar um projeto de três meses com uma música por semana. Então, serão 12 lançamentos. A gente conseguiu uma equipe maravilhosa de artistas capixabas, pessoas realmente dedicadas à arte e à expressão. Estou em êxtase. O projeto está dando certo e penso que vai ser muito bom. Estou animada para mostrar o que toda a equipe é capaz de fazer.

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