> >
Como Bolsonaro pode virar assunto do Enem 2019

Como Bolsonaro pode virar assunto do Enem 2019

Temas relacionados à política do atual governo podem aparecer, menos pelas polêmicas e mais por ações que queira promover

Publicado em 13 de outubro de 2019 às 18:08

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura do Debate Geral da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). (Alan Santos / PR)

Alinhados ou não com o discurso de Jair Bolsonaro, o fato é que, sendo ele o presidente do país, é natural que o seu modo de governar leve a mudanças em várias áreas, inclusive nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Temas relacionados à política do atual governo, na área de economia ou relações exteriores, podem aparecer nas questões. Mas, estejam certos, nada de polêmicas.

Essa é a avaliação de professores de cursinhos pré-vestibulares, que apostam também em assuntos que vão promover ações de interesse do governo federal como a pauta de liberalismo econômico, segundo aponta a professora de Geografia, Luciana Del Piero, do Salesiano. 

Nesse contexto, Luciana acredita que haja espaço para falar de acordos comerciais, como o da União Europeia com o Mercosul que, conforme análise do Executivo, vai favorecer o Brasil. "Também tem a questão do nióbio,  que o governo acha que pode salvar o país, e tratar do aspecto de matéria-prima para exportações", pontua.

Para a professora, os chamados "milagres econômicos" do período do regime militar e o desenvolvimento industrial são assuntos que têm potencial de serem explorados na prova. Questionada sobre outros temas, como clima, Luciana considera que só deve entrar questão que não gere críticas ao governo. "Pode simplesmente falar de massar de ar, ou tipos de clima, mas sem seguir para o lado de mudanças climáticas e problemas ambientais", opina a professora, ao se referir a uma área sensível na gestão Bolsonaro. 

Ainda na área de Geografia, o professor Rodrigo Zidane, do UP, avalia que questões sobre fontes de energia podem ser cobradas, e lembra que há pouco tempo o presidente inaugurou uma usina solar flutuante. "Há ainda programas lá de trás, da década de 70, como o de incentivo à produção de álcool,  que podem entrar no Enem."

CONTEÚDO

Diretor da 3ª série do ensino médio e do pré-vestibular do UP, James Scandian avalia que há uma tendência, cada vez mais forte, de as questões exigirem dos alunos mais conhecimento de conteúdos, sem viés ideológico de um lado ou outro. "São questões  mais conteudistas. Dessa maneira, entram para a universidade aqueles alunos que estudaram com esse propósito", afirma.

De toda maneira, Scandian julga que as questões não ficarão alheias à realidade e só presas aos livros. "Se a gente está vivendo um período de seca, vai ser cobrado o tema dentro desse contexto."

Este vídeo pode te interessar

Scandian ressalta que o momento agora, na reta final de preparação do Enem, é  para revisar os assuntos que os professores já indicaram como mais importantes e que ainda não foram consolidados.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais