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Saques na poupança superam depósitos pelo terceiro mês seguido, diz BC

Saques na poupança superam depósitos pelo terceiro mês seguido, diz BC

Em outubro, último mês de pagamento do auxílio emergencial, resultado foi negativo em R$ 7,43 bilhões. Em setembro, a saída líquida foi de R$ 7,71 bilhões

Publicado em 5 de novembro de 2021 às 16:12

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Dinheiro do auxílio emergencial, benefício concedido pelo Governo Federal durante a pandemia do novo coronavírus.
Nos três primeiros meses de 2021, quando ainda não haviam começado os pagamentos da nova rodada do benefício, os resultados foram negativos em R$ 27,5 bilhões. (Siumara Gonçalves)

Os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos pelo terceiro mês seguido, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (5). Em outubro, último mês de pagamento da segunda rodada do auxílio emergencial, o resultado foi negativo em R$ 7,43 bilhões.

Em setembro, a saída líquida foi de R$ 7,71 bilhões e em agosto, de R$ 5,46 bilhões, primeiro número negativo desde o retorno do auxílio emergencial, em abril. Antes, a poupança teve quatro meses de resultados positivos.

Em julho, a modalidade teve entrada líquida de R$ 6,37 bilhões.

Nos três primeiros meses de 2021, quando ainda não haviam começado os pagamentos da nova rodada do benefício, os resultados foram negativos em R$ 27,5 bilhões. A partir de abril, a captação líquida (diferença entre entradas e saídas) voltou a ser positiva, com R$ 3,8 bilhões.

Em maio, a entrada líquida foi mais baixa, de R$ 72,6 milhões, mas permaneceu positiva. Em junho, a poupança registrou a maior captação do ano, com R$ 7 bilhões.

Em outubro, os brasileiros depositaram R$ 278 bilhões na caderneta e sacaram R$ 285,5 bilhões. Desde o início do ano, a poupança acumula captação negativa em R$ 30,7 bilhões.

Mesmo com o resultado negativo, o saldo, que é todo o montante investido na modalidade, permaneceu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro do ano passado com o aumento expressivo da captação líquida (diferença entre entradas e saídas).

Desde o início da pandemia, os resultados da caderneta são impactados pelo pagamento do auxílio emergencial.

Os valores são pagos por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, o que ajudou a explicar o movimento de forte alta na captação líquida ao longo de 2020, que bateu recorde com R$ 166,3 de entradas líquidas.

Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao restante da série.

O auxílio emergencial voltou a ser paga no início de abril e terminou no mês passado. A nova rodada teve valor menor que a primeira versão, paga entre abril e dezembro do ano passado -inicialmente de R$ 600 e depois reduzido para R$ 300.

Dessa vez, o benefício teve valor médio de R$ 250, mas ficou entre R$ 150 ou R$ 375, dependendo do tamanho da família de quem recebe.

No ápice da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio daquele ano, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.

Em agosto e setembro, no entanto, mesmo com o pagamento do benefício, que manteve o nível de depósitos elevado, os brasileiros sacaram mais recursos da modalidade.

A caderneta rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 7,75% ao ano.

A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.

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