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Proposta de capixaba é desclassificada, e montadora BYD inicia obras na BA

Proposta de capixaba é desclassificada, e montadora BYD inicia obras na BA

Flávio Figueiredo, fundador da Lecar, também tinha interesse em instalar fábrica em Camaçari, mas governo baiano optou pela marca chinesa

Publicado em 6 de março de 2024 às 19:22

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RECIFE - A chinesa BYD iniciou, na terça-feira (5), as obras da primeira fábrica de carros elétricos no Brasil. O complexo será construído do zero em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, na área que antes era usada pela Ford até a pandemia. O empreendimento começa a ser instalado após o Governo da Bahia desclassificar uma proposta da Lecar, marca criada pelo empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis.

Ao anunciar a escolha da BYD na segunda-feira (4), a administração baiana afirmou, em nota, que "nenhuma outra empresa apresentou projeto efetivo econômico que pudesse demonstrar competitividade e necessidade de seleção, caracterizando inexigibilidade licitatória".

Uma cerimônia foi realizada na tarde de terça (5) em Camaçari, com a presença de integrantes da BYD e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).

Cerimônia do início das obras do complexo fabril da BYD, em Camaçari, na Bahia
Cerimônia do início das obras do complexo fabril da BYD, em Camaçari, na Bahia. (Matheus Landim/Governo da Bahia)

O governo da Bahia autorizou oficialmente, na segunda (4), a alienação da área localizada no polo petroquímico de Camaçari pertencente ao estado da Bahia, à empresa BYD.

Com a formalização, o gigante chinês ficou legalmente autorizado a instalar o complexo fabril que irá produzir veículos elétricos e híbridos.

A empresa asiática também vai fabricar chassis de ônibus e processar lítio e ferro fosfato, que são usados nas baterias dos veículos.

Segundo envolvidos nas negociações, a BYD só pagará 5% do ICMS à Bahia e ficará livre do Imposto de Renda. Em contrapartida, serão gerados 5.000 empregos.

Procurada, a Lecar não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

O investimento da BYD é de R$ 3 bilhões. A expectativa é iniciar a produção entre o fim de 2024 e o início de 2025, com capacidade instalada próxima de 150 mil veículos por ano durante a primeira fase de implantação.

A BYD anunciou também nesta terça que pagou ao Governo da Bahia o valor de R$ 287,8 milhões pela compra do complexo que possui 4,6 milhões de metros quadrados de área total.

Na primeira fase de obras, serão 26 novas instalações entre galpões de produção, pista de testes e outras estruturas que vão ocupar uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados.

As antigas instalações do complexo serão destinadas a fornecedores que vão ajudar na produção de partes e peças dos novos veículos.

Os primeiros carros fabricados na Bahia pela BYD serão o elétrico BYD Dolphin, o híbrido BYD Song Plus e o também elétrico BYD Yuan Plus, além do BYD Dolphin Mini, veículo elétrico lançado no dia 28 de fevereiro no Brasil.

No fim de janeiro, a BYD entregou um SUV elétrico para a Presidência da República.

Já os futuros veículos da Lecar seguem em fase de desenvolvimento e homologação. Antes do modelo compacto, está previsto o sedã médio 459. A empresa brasileira espera lançar o primeiro modelo ainda em 2025.

De acordo com o empresário Flávio Figueiredo Assis, da Lecar, a empresa nacional apresentou uma proposta ao Governo da Bahia. O documento dizia que a BYD havia manifestado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas havia margem para uma outra proposta.

Flávio Figueiredo Assis fundou a Lecar
Flávio Figueiredo Assis é presidente da Lecar. (Divulgação)

De acordo com o texto, outros interessados poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

O aviso de chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia estava aberto até a quarta-feira (28). Assis aproveitou a brecha e elaborou uma proposta.

O dono da Lecar pretendia adquirir o espaço para construir o futuro hatch elétrico da marca, que deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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