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Projeção do Focus do PIB de 2020 passa de -5,00% para -4,81%

Projeção do Focus do PIB de 2020 passa de -5,00% para -4,81%

O Relatório de Mercado Focus também trouxe a mediana das previsões para a Selic neste ano que seguiu em 2,00% ao ano

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 12:24

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A dívida pública chegou a 85,5% do PIB em junho
Para 2021, o mercado financeiro mudou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,47% para 3,42%. ( Burak K/ Pexels)

Os economistas do mercado financeiro revisaram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração de 5,00% para queda de 4,81%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,04%. Para 2021, o mercado financeiro mudou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,47% para 3,42%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.

No Focus divulgado nesta segunda-feira (26), a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 5,98% para retração de 5,90%. Há um mês, estava em baixa de 6,30%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 4,27% para 4,00%, ante 4,41% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,40% para 67,74%. Há um mês, estava em 67,00%. Para 2021, a expectativa permaneceu em 70,00%, ante 69,95% de um mês atrás.

DÉFICIT PRIMÁRIO

O Relatório de Mercado Focus trouxe hoje manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 12,00%. No caso de 2021, foi de 3,00% para 3,10%. Há um mês, os porcentuais estavam em 12,00% e 2,84%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 15,80%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, permaneceu em 6,87%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,50% e 6,50%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

BALANÇA COMERCIAL

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 57,56 bilhões para US$ 58,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,15 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,31 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 6,71 bilhões para US$ 3,80 bilhões, ante US$ 7,20 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo permaneceu em US$ 17,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 19,45 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 50,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 55,00 bilhões. Para 2021, a expectativa permaneceu em US$ 65,00 bilhões, ante US$ 68,50 bilhões de um mês antes.

SELIC

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 2,50% para 2,75% ao ano, ante 2,50% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, passou de 5,50% para 6,00%, ante 5,50% de quatro semanas atrás.

Em setembro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado", mas "devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".

Em função disso, conforme o BC, "eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva".

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus (Top 5), a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 2,00% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 2,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, seguiu em 4,75%, ante 4,63% de quatro semanas antes.

IPCA

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,65% para 2,99%. Há um mês, estava em 2,05%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,02% para 3,10%. Quatro semanas atrás, estava em 3,01%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Em 9 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de setembro foi de 0,64%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,14%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,82% para 2,91%. Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,17% para 3,27%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,12% e 3,20%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, ante 3,48% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,38%, ante 3,50% de quatro semanas antes.

ÚLTIMOS 5 DIAS ÚTEIS

A projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 2,76% para 3,04%, conforme o Relatório Focus. Houve 96 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 2,27%.

No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,10% para 3,08%. Há um mês, estava em 3,00%. A atualização no Focus foi feita por 93instituições.

OUTROS MESES

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em outubro de 2020, de alta de 0,58% para avanço de 0,75%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava alta de 0,37%

Para novembro, a projeção no Focus foi de alta de 0,29% para 0,35% e, para dezembro, passou de alta de 0,44% para 0,51%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,24% e 0,40%, nesta ordem.

No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de alta de 3,37% para 3,56% de uma semana para outra há um mês, estava em 3,24%.

CÂMBIO

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 26, pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,35 para R$ 5,40, ante R$ 5,25 de um mês atrás. Para 2021, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio passou de R$ 5,10 para R$ 5,20, ante R$ 5,00 de quatro pesquisas atrás.

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