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Preocupação com inflação e risco político cresce em cenários de bancos, diz BC

Preocupação com inflação e risco político cresce em cenários de bancos, diz BC

Bancos afirmaram à autoridade monetária que o crescimento do preço de commodities, a disrupção em cadeias produtivas, a crise hídrica e os riscos fiscais impulsionam a escalada dos preços

Publicado em 18 de outubro de 2021 às 15:51

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Banco Central do Brasil
De acordo com o estudo, os riscos fiscais continuam sendo foco de preocupação, mas houve mudança na origem do risco. (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

A inflação e os riscos exclusivamente políticos ganharam peso nos cenários traçados pelas instituições financeiras, segundo levantamento do BC (Banco Central) divulgado nesta segunda-feira (18).

"Ao que tudo indica teremos uma eleição bastante acirrada, bastante polarizada. O complicador maior quando a gente fala em ano de eleição é que geralmente há maior aversão a risco por parte de famílias e empresas e isso prejudica um pouco a atividade econômica", ponderou o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Souza.

Os bancos afirmaram à autoridade monetária que o crescimento do preço de commodities, a disrupção em cadeias produtivas, a crise hídrica e os riscos fiscais impulsionam a escalada dos preços.

"Na visão dos respondentes, a persistência do processo inflacionário reduz a renda real e favorece a alta na taxa de juros, prejudicando a retomada da atividade econômica. Os riscos exclusivamente políticos advêm de incertezas relacionadas ao ambiente institucional, à antecipação da campanha eleitoral e à polarização política", diz a pesquisa.

De acordo com o estudo, os riscos fiscais continuam sendo foco de preocupação, mas houve mudança na origem do risco.

"Preocupações fiscais relacionadas à pandemia se reduzem em razão do arrefecimento da crise sanitária e da diminuição dos gastos públicos para seu enfrentamento. Em contraste, há um aumento de preocupações com a possibilidade de implementação de políticas favoráveis à expansão fiscal que impactem a sustentabilidade das contas públicas", ressalta o BC.

As instituições financeiras dizem que um possível aumento permanente de gastos do governo levaria à elevação do prêmio de risco, custo adicionado para cobrir eventuais impactos, "exigindo maior esforço na rolagem da dívida pública e aumento de custo de funding [financiamento]".

Além disso, segundo o estudo, as preocupações com a pandemia se reduziram. "Os termos que ganharam maior destaque na última pesquisa foram 'inflação', 'juros' e 'reforma' e os termos que mais perderam destaque foram 'Covid-19', 'PIB', 'auxílio emergencial', 'desemprego' e 'consumidores'", diz o BC.

O levantamento mostra ainda que 76% dos bancos entendem que o ciclo econômico está em recuperação. "A fração dos respondentes que consideram o ciclo econômico mais negativo [contração, recessão ou depressão] se reduziu de 33% para 16%, refletindo a percepção de que o choque da crise da Covid-19 está se dissipando", ressalta.

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