Publicado em 4 de julho de 2019 às 23:02
Doze investidores de bitcoins que vivem no Espírito Santo conseguiram na Justiça Estadual bloquear mais de R$ 6 milhões em nome de donos e de pessoas ligadas a um grupo de corretoras de criptomoeda.>
Foram mais de 15 veículos sequestrados pela 4ª Vara Cível de Vila Velha. Entre esses estão caminhões, motos e carros de luxos como Maseratis, BMWs, Mercedes-Benz e Porsche, que totalizam quase R$ 5 milhões.>
A decisão favorável aos consumidores ainda é liminar. O grupo briga pela posse de 180 bitcoins, cifra que equivale a R$ 7,9 milhões, segundo a cotação desta quinta-feira (04/07).>
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Os problemas dos investidores começaram quando o Bitcoin Banco - como é chamado o proprietário das exchanges Negociecoins, BATexchange e TemBTC, responsáveis pela custódia da moeda virtual - determinou a limitação de saques dos clientes a R$ 10 mil por dia e R$ 50 mil por mês, alegando que a empresa havia sido vítima de fraudes. Procurada, a companhia disse que não pode se manifestar porque o caso está em segredo de Justiça.>
O início das restrições foi divulgado no Twitter. Porém, os consumidores alegam que não conseguiram fazer nenhum resgate. Segundo o Portal Bitcoin, site que acompanha as operações da moeda no Brasil, a empresa chegou a pedir 180 dias para efetivar resgates.>
O advogado que representa o grupo, Leonardo Schuler, explica que parte dos bens alcançados pela Justiça foi encontrada em nome de empresas criadas pouco mais de um mês antes do Bitcoin Banco parar de pagar.>
Antes de achar esses ativos, o Judiciário tentou apreender R$ 6,45 milhões nas contas-correntes dos sócios da instituição, via BacenJud. A operação, porém, não foi efetivada por falta de recursos em nome da empresa. Também não foi encontrado nenhum valor em contas bancárias de Cláudio Oliveira, presidente do grupo. O empresário é conhecido como rei do Bitcoin.>
Entre as pessoas que Schuler representa há casos de investidores que pegaram empréstimos para comprar o bitcoin. Pagavam as prestações a partir dos lucros que obtinham com a venda da moeda em período de alta. Agora, estão endividados e não conseguem quitar as prestações, explica.>
O advogado ainda conta que prepara outros dois processos contra a empresa que, juntos, cobram 150 bitcoins, cerca de R$ 6,6 milhões.>
Segundo Schuler, os indícios de fraude do Bitcoin Banco foram informados à Polícia Civil de Curitiba pelo próprio grupo, onde a empresa tem sede. A empresa alega ter sido vítima de desvios de recursos por clientes que se aproveitaram de uma falha no sistema para transferir um volume maior de moedas a qual teriam direito. Essa suspeita de irregularidades encontradas no banco não justifica a apropriação indébita dos valores de bitcoins dos clientes, argumenta.>
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Apesar de chamar Bitcoin Banco, a organização não é uma instituição financeira. Por isso, não está sujeita às regras impostas pelo Banco Central ao setor.>
A entidade também não precisa de autorização da >
(CVM) para funcionar. O xerife do mercado de capitais só age na venda de ativos, como ações, títulos e certificados.>
Em entrevista ao colunista social Amaury Jr, em abril, Claudio Oliveira disse que o Bitcoin Banco havia faturado, apenas em março, R$ 182 milhões com duas das suas corretoras. Ele falou que a empresa é a 28ª do mundo na corretagem da criptomoeda e que almejava levar o negócio para a primeira colocação.>
Em maio, a Polícia Federal realizou a Operação Madoff para desbaratar uma suposta organização criminosa que prometia lucros de 20% ao mês para investidores que aplicavam recursos em fundos de bitcoins. A empresa, que funcionava em um shopping na Serra, é suspeita de ser pirâmide financeira.>
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