Publicado em 22 de outubro de 2020 às 18:42
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quinta-feira (22) uma nova rodada de flexibilização de normas trabalhistas. >
Um dos pontos do pacote trata da revisão das normas de segurança no trabalho para o setor de agricultura, pecuária, silvicultura e aquicultura. Com isso, o governo diz que as empresas economizarão cerca de R$ 4 bilhões por ano, com redução de multas e despesas.>
Além disso, o Descomplica Trabalhista, nome dado ao programa de revisão de regras e redução de burocracia, revogou 48 atos portarias do antigo Ministério do Trabalho.>
O governo também anunciou uma simplificação do eSocial - sistema de envio de dados trabalhistas. Segundo o Ministério da Economia, o formulário foi enxugado. Por exemplo, o CPF passa a ser o único número de identificação do trabalhador, dispensando a necessidade de outros dados como PIS.>
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"Uma redução da burocracia para a geração de oportunidades", disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, ressaltando que os direitos do trabalhadores estão preservados.>
O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou ao evento ladeado pelos generais Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e Walter Braga Netto, ministro da Casa Civil.>
Ao discursar, disse que o governo retomará a agenda de reformas -as tributária e administrativa estão paradas no Congresso- e disse que as medidas de desburocratização anunciadas no evento vão na linha do objetivo inicial do governo de facilitar a vida de investidores.>
"Queríamos tirar o Estado ou o governo do cangote das pessoas. Em algumas semanas, vamos apresentar 2 mil simplificações para tirar o estado do cangote da população", afirmou.>
As NRs são um conjunto de normas de segurança e medicina do trabalho que devem ser seguidas obrigatoriamente pelas empresas que tenham empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).>
Desde o ano passado, o governo iniciou o processo de corte de 90% dessas regras. São 37 normas regulamentadoras, conhecidas como NRs, que reúnem 6,8 mil regras distintas.>
Para o governo, esse arcabouço regulatório representa um grande potencial de multas a empresas por fiscais do trabalho e uma carga que impacta diretamente a competitividade dos produtos brasileiros.>
A flexibilização da NR 31, do setor agropecuário, foi anunciada pelo presidente em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do ministro Paulo Guedes (Economia) e Tereza Cristina (Agricultura).>
Segundo Bianco, as 48 portarias revogadas eram "inúteis" e o ato teve apoio dos representantes dos patrões, empregados e do governo numa comissão de revisão das normas trabalhistas.>
Ele citou, por exemplo, que as regras determinavam que pequenos produtores de vacas tivessem que fazer um plano de prevenção de riscos ambientais todos os anos.>
O processo de flexibilização das normas começou em agosto de 2019, com a publicação da nova NR 12, que trata de segurança no trabalho com máquinas e equipamentos, e da nova NR 1, que dá disposições gerais sobre saúde e segurança. Na ocasião, o governo revogou a NR 2, sobre inspeção prévia.>
Em setembro do ano passado, foram enxugadas mais três normas regulamentadoras: NR 3, sobre embargo e interdição; a NR 24, que trata das condições de higiene e conforto nos locais de trabalho; e a NR 28, de fiscalização e penalidades.>
O Ministério da Economia informou, na época, que, com a revisão da NR 28, caiu para 4 mil o número de possibilidades de multa para todo o setor produtivo. Isso não significa, porém, que uma mesma empresa está submetida todas essas linhas de fiscalização, pois cada setor tem regras específicas.>
Para a construção civil, são 600 itens de fiscalização, enquanto que para o seto de mineração são 534, por exemplo.>
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