Publicado em 12 de novembro de 2020 às 13:37
As famílias mais pobres que gastam a maior parte de seus orçamentos domésticos com alimentação foram as mais afetadas pela inflação em 2020, de acordo com o Banco Central. Já as classes mais ricas, que têm despesas maiores com serviços, foram menos afetadas pela alta de preços nos últimos meses. O BC antecipou para esta quinta-feira (12), a publicação de três boxes do Boletim Regional. O documento completo será divulgado na sexta-feira (13), pela autoridade monetária. >
"A pandemia da Covid-19 tem influenciado a inflação e os preços relativos no Brasil desde março. Por um lado, distanciamento social, aumento do desemprego e retração da atividade deprimiram os preços de diversos serviços. Por outro, a depreciação cambial, os programas de transferência de renda e o aumento dos gastos com alimentação no domicílio pressionaram os preços dos alimentos", destacou o BC, em um boxe sobre a inflação por faixa de renda familiar em 2020.>
De acordo com a autoridade monetária, a inflação deste ano tem tido relação inversa com o nível de renda, afetando sobretudo as famílias que recebem de 1 a 3 salários mínimos por mês. Ainda assim, o BC destaca que a inflação para esse segmento da população ainda é baixa, de 2,29% no acumulado do ano.>
"Adicionalmente, a análise evidencia inflação de alimentos mais elevada no Norte e no Nordeste, inclusive para a faixa de renda mais baixa, o que sugere algum efeito do auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade, mais significativo nessas regiões, sobre a demanda desses produtos", completou documento.>
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Por outro lado, a inflação de serviços das classes mais ricas, sobretudo no Sul e Sudeste, tem sido menor devido ao maior peso de passagens aéreas, transportes por aplicativos e hospedagem no consumo dessas famílias. Como são segmentos ainda bastante afetados pelo distanciamento social, não têm tido aumentos nos preços praticados pelas empresas.>
Para as famílias mais pobres, os itens que mais impactaram a inflação foram cereais, leguminosas e oleaginosas, leites e derivados e carnes. Já para as famílias mais ricas, a inflação ocorreu principalmente em automóvel novo, plano de saúde e alimentação fora do domicílio.>
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