Publicado em 8 de maio de 2019 às 22:37
A exportação de minério de ferro por portos capixaba teve queda de 8,33% nos quatro primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados retirados do portal de Comércio Exterior, do governo federal, são reflexos do Efeito Brumadinho.>
Enquanto que no mesmo quadrimestre de 2018 foram comercializados 8,59 milhões de toneladas, entre janeiro e abril de 2019 a venda realizada foi de 7,87 milhões de toneladas, aproximadamente 715 mil toneladas a menos.>
Com o rompimento da barragem de Brumadinho no final de janeiro deste ano - que vitimou 237 pessoas e ainda deixou 33 desaparecidas -, a Vale teve queda na extração do recurso mineral, o que levou a mineradora a priorizar o mercado interno (produção de pelotas e o setor siderúrgico) e reduzir o volume vendido para fora do país.>
Relatório de produção da Vale, divulgado nesta quarta-feira (08), comprova a queda na produção e comercialização no minério no primeiro trimestre deste ano.>
>
Nas minas instaladas no Sistema Sudeste - principal região afetada pela tragédia ambiental e humanitária, responsável por atender ao Espírito Santo -, o volume de minério de ferro fabricado passou de 22,2 milhões de toneladas, no primeiro trimestre de 2018, para 19,5 milhões no mesmo período de 2019, uma queda de 11,9%.>
Em comparação com o último trimestre de 2018, que fechou em 26,5 milhões de toneladas, o desempenho foi ainda pior, uma queda de R$ 26,2%.>
Interdição>
O relatório da Vale mostra também uma redução de 1,4% na produção de pelotas nas oito usinas da Vale no Complexo de Tubarão no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado. Mas os motivos do desempenho mais fraco não foram Brumadinho.>
Além da parada programa das plantas de pelotização 3 e 7, a interdição das atividades de quatro usinas, por cinco dias, pela Prefeitura de Vitória também pode ter prejudicado esse processo industrial. Estimativas feitas na época indicam que a empresa poderia ter prejuízo diário de 3,7 milhões de dólares com a paralisação das atividades.>
No três primeiros meses, foram produzidas 7,76 milhões de toneladas contra 7,87 do mesmo período de 2018. Em comparação com o quarto trimestre de 2018, que produziu 9,08 milhões de toneladas, o resultado deste ano foi 14,6% inferior.>
Brucutu>
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Léo de Castro, o setor industrial capixaba está em estado de atenção.>
Ele explica que, com a queda, a Vale está priorizando fornecer o mercado interno, mesmo com a redução no volume de minério extraído em Minas Gerais.>
Mas o que tem trazido preocupação, de acordo com o Léo, é a suspensão das atividades na barragem de Laranjeiras, na mina de Brucutu, na Região Central de Minas, devido à determinação judicial.>
É a principal mina que abastece o Sistema Sudeste. No entanto, queremos uma produção segura. Esperamos que ela seja logo restabelecida, pois a queda na produção pode impactar na pelotização.>
Léo diz, no entanto, que, a princípio, não deve faltar minério tanto para a fabricação de pelotas quanto para o setor siderúrgico. A Vale está remanejando produção de outras minas para atender seus clientes internos. Está comprometida quanto a isso. Risco existe, lógico. Mas a empresa está procurando mitigar os problemas para atender as empresas do Espírito Santo, que estão todas trabalhando dentro da normalidade.>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta