Publicado em 1 de julho de 2020 às 17:57
O dólar começou julho em queda, em parte um movimento de ajuste após as altas recentes, em parte refletindo o enfraquecimento da moeda americana no exterior nesta quarta-feira. 1º. Otimismo com o desenvolvimento de uma vacina para combater o coronavírus, desta vez da Pfizer com a BioNTech, e indicadores melhores que o esperado nos Estados Unidos, Europa e Brasil ajudaram a estimular a busca por ativos de risco. O dólar à vista fechou em queda de 2,24%, cotado em R$ 5,3181. No mercado futuro, o dólar para agosto recuava 2,64% às 17h, em R$ 5,3190. >
Apesar de começar o segundo semestre em queda, a avaliação dos economistas para o real é de cautela. "O quadro está muito volátil. Nossa expectativa de final de ano é R$ 5,35, mas a incerteza é grande", afirma o economista da Tendências, Silvio Campos Neto. Ele avalia que há espaço para um dólar mais baixo, conforme a pandemia for superada. "Mas os riscos fiscais internos são significativos", disse ele, ao justificar sua visão mais conservadora para a moeda brasileira.>
Campos Neto vê uma mudança de patamar que "parece mais definitiva" no câmbio, com o dólar deixando de operar próximo a R$ 4,00 antes da crise para algo próximo a R$ 5,00 a partir de agora.>
No exterior, o dólar teve queda generalizada hoje, após os indicadores da indústria, incluindo o relatório dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês), mostrarem recuperação da atividade. Também ajudou o relatório ADP, que mede o emprego no setor privado nos EUA, surpreender, não pela criação de 2,4 milhões de vagas em junho, mas com revisão para cima nos números de maio.>
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O estrategista do banco canadense BMO Capital Markets, Ben Jeffery, ressalta que estes indicadores positivos ajudaram a aumentar ainda mais a expectativa pelo relatório oficial mensal de emprego (chamado de payroll), que teve divulgação antecipada para amanhã (2) por conta do feriado na sexta nos EUA. Após a surpresa com as 10 milhões de vagas criadas em maio, a dúvida é se haverá revisões neste dado e se o número de junho também será forte, embora Jeffery reconheça que está difícil agora nova surpresa como no relatório de maio.>
Na ata do Federal Reserve divulgada na tarde de hoje, que não chegou a ter impacto no mercado de moedas, o BC americano reafirmou o comprometimento de usar todas as ferramentas necessárias para lidar com os efeitos da pandemia. Já o presidente Donald Trump prometeu anunciar mais medidas de estímulo, desta vez para os salários.>
Em meio a liquidez elevada no mercado internacional, o fluxo de capital para o emergentes bateu em US$ 32 bilhões em junho, de US$ 3,5 bilhões em maio, de acordo com dados preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF). O Brasil, porém, seguiu perdendo recursos. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 4,007 bilhões no mês recém-terminado, até o dia 26, segundo dados do Banco Central.>
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