Publicado em 30 de outubro de 2020 às 10:17
A flexibilização do distanciamento social e proximidade do fim do auxílio emergencial pressionaram a taxa de desemprego no Brasil, que alcançou o patamar recorde de 14,4% no trimestre encerrado em agosto. >
É a maior marca da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que calcula a desocupação oficial do país e teve início em 2012.>
Isso representa 13,8 milhões de pessoas na fila do emprego, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (30). No trimestre móvel anterior, terminado em maio, o desemprego no Brasil havia fechado em 12,9%.>
Em fevereio, a taxa estava em 11,6%. No mesmo trimestre de 2019, o desemprego era de 11,8%.>
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A alta do desemprego acontece em meio a flexibilização do isolamento social imposto no país como forma de conter o avanço da Covid-19.>
A primeira morte conhecida de Covid-19 no país ocorreu no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de combater a pandemia.>
A partir de abril, os efeitos econômicos começaram a ser sentidos com mais intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.>
Já em junho, alguns estados e municípios passaram a promover a reabertura da economia, com a volta do funcionamento de shoppings, bares e restaurantes.>
Em julho, esse movimento se intensificou, ao mesmo tempo em que o novo coronavírus continuava a deixar milhares de mortos pelo Brasil.>
De acordo com dados da Pnad Covid, pesquisa criada para mitigar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho, cerca de 10 milhões de brasileiros deixaram o isolamento rigoroso entre julho e agosto.>
Com a flexibilização, muitos trabalhadores voltaram a procurar um emprego e passaram a figurar nas estatísticas oficiais dos desocupados do país.>
Além disso, a queda no auxílio emergencial para R$ 300 teve início em 17 de setembro e ajudou a pressionar a taxa a partir de agosto. Mães responsáveis pelo sustento da casa continuaram com o direito à cota dobrada, agora de R$ 600 -antes, chegava a R$ 1.200.>
O IBGE só considera desempregado quem está em busca de uma ocupação. Com o isolamento social e o benefício de R$ 600, alguns optavam por adiar a procura.>
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