Publicado em 13 de abril de 2018 às 02:46
Reunir documentos, obter licenças e alvarás, organizar a folha de pagamento dos funcionários, preencher formulários e estar em dia com registros e taxas. Essas são apenas algumas das papeladas e atribuições cotidianas de quem tem o próprio negócio.>
O grande problema é que essa burocracia toda tem um custo alto e impõe um desperdício de tempo gigantesco a empreendedores dos mais variados perfis e segmentos. No caso das pequenas e médias empresas (PMEs), uma pesquisa contabilizou esses prejuízos: por segundo, a perda de produtividade no país, fruto da cultura do carimbo, chega a R$ 2.518, ou seja, R$ 79,5 bilhões por ano.>
O estudo, realizado pela consultoria Plum a pedido da multinacional Sage, identificou ainda que, em um ano, 135 dias são gastos por esses negócios com atividades burocráticas. O tempo é superior em 15 dias a média global. Na lista dessas pendências, as atividades que tomam mais tempo são: contabilidade, com 21%, emissão de notas fiscais, com 15%, e recursos humanos, 12%.>
O presidente da Sage Brasil e América Latina, Jorge Santos Carneiro, frisa que a burocracia impacta diretamente na produtividade, já que ocupa um tempo valioso das empresas.>
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Sem essas tarefas administrativas que exigem tanto tempo dos profissionais, eles poderiam ter mais tempo livre para, por exemplo, colaborar com a rentabilidade e o crescimento sustentável das empresas. Já os empreendedores conseguiriam direcionar tempo para tornar o seu negócio cada vez mais competitivo e atender às necessidades de seus clientes, como desenvolvendo novos produtos, avalia.>
O executivo cita ainda que, de acordo com o Termômetro de Produtividade, ferramenta com base nos dados da pesquisa, 6,5% de todo o tempo dos funcionários dessas pequenas e médias empresas no país são empregados nesses afazeres burocráticos. Isso representa quase quatro vezes mais que no Canadá (1,7%).>
O diretor da Idea Consultoria, João Luiz Borges de Araújo, pondera que manter a empresa regularizada é importante, mas admite que o volume de exigências legais e documentais é tão alto no Brasil que sufoca qualquer empresário. Essa burocracia em excesso faz com que a empresa perca o foco. Precisamos evoluir na legislação, no quadro fiscal e ter processos menos engessados. Isso tudo daria mais poder de competitividade às empresas.>
Para Araújo, um caminho para melhorar o cenário atual, no que se refere ao alcance do empresário, é a realização de investimentos em tecnologia, transferindo ações que, em geral, são feitas por empregados manualmente para máquinas. É preciso pensar no uso da tecnologia, entendendo os ganhos que ela agrega ao negócio, sugere, aos observar que a resistência em adotar esse tipo de prática está no desconhecimento e nos custos.>
Jorge Carneiro defende que é preciso haver um esforço conjunto entre governos municipais, estaduais e nacional com o objetivo de promover medidas de incentivo à inovação para as PMEs, facilitando a transição do analógico para o digital.>
Já é possível que empresas de todos os portes incorporem em suas rotinas novas tecnologias como inteligência artificial, big data e cloud computing.>
O estudo encomendado pela Sage analisa o custo das tarefas administrativas para as PMEs, incluindo requisitos operacionais e regulatórios. Mais de 3 mil empresas em 11 países participaram da pesquisa.>
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