Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 02:29
Com forte potencial logístico e natural, o Espírito Santo encontra nas indústrias um dos pilares de sua economia e desenvolvimento, sendo o setor um dos maiores empregadores locais, com salários e funções melhores. Apesar dessa força, ainda há muito o que crescer. São vários os segmentos industriais em ascensão de norte a sul Estado que nos próximos anos exigirão profissionais de diferentes níveis de qualificação e atividades.>
Esse mapeamento começou a ser feito no planejamento Setores Portadores do Futuro para o Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), entidade ligada ao Sistema Findes. De acordo com as regiões do Estado, o planejamento identificou as áreas do setor com mais potencial de crescimento até 2035.>
No estudo, foram identificados 11 setores estruturais: Agroalimentar; celulose e papel; confecção, têxtil, e calçados; construção; economia criativa; economia do turismo e lazer; indústria do café; madeira e móveis; metalmecânico; petróleo e gás natural; e rochas ornamentais. Além destes, foram elencados quatro setores transversais (economia digital, energia, infraestrutura e logística, e meio ambiente) e dois considerados emergentes (biotecnologia e nanotecnologia).>
Entre as profissões que esses setores vão demandar no futuro, segundo a diretora da Center RH, Eliana Machado, estão áreas que exigem diferentes habilidades e capacitações. Tem setores que exigem engenheiros, arquitetos, químicos, que são funções de nível superior; tem os de nível técnico, como em edificações, meio ambiente, em segurança do trabalho; os que são até acima de nível superior, que exigem especializações; e aqueles de nível mais básico, mas também precisa de alguma qualificação, que é o soldador, o mecânico, o pedreiro etc, explica.>
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SETORES >
De acordo com o diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive, os setores citados no planejamento são os que têm potencial de melhor se desenvolver no Espírito Santo. Para chegar a essa conclusão, o estudo aglutinou as regiões do Estado em cinco grandes regionais: a Metropolitana, a Sul (com as regiões Litoral Sul, Centro-Sul e Caparaó), Serrana (Centro-Serrana e Sudoeste-Serrana), Central (Centro-Oeste, Centro-Leste e Litoral Centro-Norte) e Norte (Centro-Norte, Nordeste e Noroeste).>
Fazemos painéis em cada região, reunindo especialistas, acadêmicos, governo e industriais, traçando esse diagnóstico dos setores. Agora estamos na segunda etapa, que é a partir desse planejamento, traçar as ações de curto, médio e longo prazos que serão necessárias para, de fato, esses setores se desenvolverem. Entre esses pontos está identificar as ações necessárias, como capacitar mão de obra, por exemplo, contou Saintive.>
Uma das razões do planejamento é justamente estimular a instalação de indústrias no interior, levando desenvolvimento e oportunidades para todo o Estado.>
SETORES EM ASCENSÃO, REGIÕES E PROFISSÕES>
Indústria agroalimentar>
Regionais: Em todas.>
Profissões demandadas: Engenheiros agrícolas, de alimentos e de produção; nutricionistas, agrônomos, veterinários, bioquímicos, técnicos em segurança alimentar.>
Celulose e papel>
Regionais: Serrana, Norte e Central.>
Profissões demandadas: Engenheiros químicos, ambientais, florestais, bioquímicos, mecânicos e de automação.>
Indústria têxtil>
Regionais: Central, Norte e Sul.>
Profissões demandadas: Costureiros, designers de moda, técnicos em confecções e produção de moda, engenheiros têxteis.>
Construção>
Regionais: Em todas.>
Profissões demandadas: Técnicos em edificações, arquitetos, engenheiros civis e elétricos, marceneiros, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, auxiliares de obras.>
Economia criativa>
Regionais: Metropolitana, Norte, Sul e Serrana.>
Profissões demandadas: Publicitários, artistas visuais, artesãos, designers gráficos, de interiores, de moda e joias.>
Lazer e turismo>
Regionais: Em todas.>
Profissões demandadas: Técnicos em turismo, turismólogos, tradutores, recepcionistas, camareiros.>
Indústria do café>
Regionais: Metropolitana, Central, Norte e Serrana.>
Profissões demandadas: Engenheiros agrícolas, de alimentos e químicos, técnicos agrícolas, degustadores e classificadores de café.>
Indústria moveleira>
Regionais: Serrana, Norte e Central.>
Profissões demandadas: Engenheiros de produção, designers de interiores, projetistas.>
Metalmecânico>
Regionais: Metropolitana, Norte e Central.>
Profissões demandadas: Soldador, técnico em mecânica e em eletromecânica, caldeireiro, técnico em estruturas metálicas, engenheiros mecânicos, de controle e automação, industriais e de mecatrônica.>
Petróleo e gás>
Regionais: Sul, Norte, Central e Metropolitana.>
Profissões demandadas: Sondadores, operadores de robôs, engenheiros de petróleo, de automação e ambientais; geólogos, químicos, soldadores, técnicos ambientais, biólogos, mergulhadores.>
Rochas ornamentais>
Regionais: Norte, Sul, Central e Metropolitana.>
Profissões demandadas: Beneficiadores de mármore e granito, técnicos em logística, marmorista.>
Fontes: Setores e regiões - estudo do Ideies/Profissões - especialistas em RH e consultores industriais>
QUALIFICAÇÃO PODE SER FEITA NA EMPRESA>
Para estar preparado para as oportunidades que o setor industrial capixaba vai criar nos próximos anos, é preciso se qualificar. E buscar essa formação inclui a requalificação de profissionais que já estão empregados e aqueles que precisam de capacitação para ingressar em novas oportunidades no mercado. No entanto, em alguns setores, os cursos são oferecidos pelas próprias empresas.>
Segundo o consultor da DVF Consultoria e Educação Empresarial, Durval Vieira Freitas, a formação básica é essencial, mas o profissional não precisa ir preocupado em ter que chegar pronto, já que as formações mais avançadas são disponibilizadas pelas indústrias para capacitar para uma atividade específica.>
Setores como o metalmecânico e de petróleo e gás, por exemplo, precisam de formação básica. Tem que entender de matérias, processos, de automação, mas não precisa chegar pronto. Ter essa base técnica já é algo importante que vai dar maior facilidade para encontrar um emprego, afirma Durval, que exemplifica:>
Já dentro da empresa esse profissional vai ter uma especialização dependendo do que ele vai exercer. O profissional pode ser um mecânico, mas na empresa ele pode fazer um curso e ser operador de guindastes, um soldador ou mesmo um sondador, que é aquela pessoa que trabalha na sonda para perfurar e sondar se vai encontrar ou não petróleo em um poço, explica.>
A diretora da Center RH, Eliana Machado, também comentou sobre a qualificação oferecida pelas empresas. Algumas empresas estão buscando parcerias para formar e capacitar por entenderem que isso é fundamental para algumas atividades. Um eletricista ou mesmo um técnico em elétrica que não tenha uma capacitação específica que é exigida no mercado não consegue emprego, destaca.>
A especialização, no entanto, não tira a necessidade da qualificação, que é ofertada, por exemplo, no Senai. É preciso ter essa qualificação, que é fundamental para a inserção no mercado de trabalho, e ir se posicionando de acordo com o que o mercado está precisando. Por isso é importante, antes de se qualificar, ver qual é a demanda por mão de obra na sua região, comenta Priscila Marques Carneiro, diretora de Educação de Sesi e Senai.>
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