Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 11:15
SÃO PAULO - A Americanas, varejista em recuperação judicial desde janeiro de 2023, com dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, informou nesta segunda-feira (26) que registrou prejuízo líquido de R$ 4,6 bilhões nos primeiros nove meses do ano passado. O total representa um recuo de 23,5% frente às perdas de R$ 6 bilhões registradas no mesmo intervalo de 2022.>
A receita líquida do período somou R$ 10,3 bilhões, uma queda de 45% sobre o intervalo anterior.>
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 2,2 bilhões, frente aos R$ 4 bilhões negativos de janeiro a setembro de 2022.>
A varejista encerrou os nove primeiros meses de 2023 com um patrimônio líquido negativo em R$ 31,2 bilhões, uma piora de 16,8% sobre os R$ 26,7 bilhões de passivos a descoberto que a empresa tinha ao fim de 2022.>
>
O balanço dos meses de janeiro a setembro de 2023 publicados nesta segunda foram adiados por três vezes pela atual gestão da Americanas.>
A Americanas divulgou os resultados financeiros de 2022 apenas em 12 de novembro, dez meses depois do escândalo contábil, quando apontou prejuízo de R$ 12 bilhões no ano.>
As demonstrações financeiras de 2022 tiveram que ser refeitas após a descoberta de que dados contábeis foram adulterados durante oito exercícios seguidos, segundo o atual presidente da Americanas, Leonardo Coelho. Ele afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que as fraudes ocorriam ao menos desde 2015.>
Desde 12 de janeiro de 2023, a Americanas demitiu um quarto da equipe, o que reduziu seu quadro de 43.123 colaboradores para 32.248 empregados sob regime CLT em 21 de janeiro de 2024 (dado mais recente disponível).>
Em número de lojas, eram 1.880 em janeiro e hoje são 1.754, queda de 7%.>
O fechamento de 126 pontos de venda em um ano representa cerca de uma loja encerrada a cada três dias. A medida é ruim não só para funcionários, é também para fornecedores, que perdem pontos de venda e promoção de produtos.>
Desde assumir o rombo e ver seu valor de mercado desabar de quase R$ 11 bilhões para R$ 649 milhões, a Americanas assistiu à novata Shopee ultrapassá-la na lista das varejistas mais lembradas.>
A redução nos quadros e nos serviços faz parte de tornar a empresa mais enxuta e vender a ideia de "nova Americanas", uma varejista mais voltada a produtos de conveniência, como guloseimas, itens de limpeza e brinquedos.>
Assim, a companhia deixa em segundo plano itens de maior valor agregado como linha branca, notebooks e smartphones. Os parceiros do marketplace assumem essa frente.>
"Mas é preciso levar em conta que os consumidores não têm a mesma confiança no site como tinham antes", disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, José Daronco, analista da Suno Research. "Isso impacta diretamente o volume de vendas.">
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta