Publicado em 25 de julho de 2023 às 09:10
BRASÍLIA - A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, quer reforçar a rodada de concursos públicos em 2023. Já foram feitos três anúncios, que somaram a abertura de 8.200 vagas. A ministra quer abrir até mais 10 mil vagas e tenta antecipar parte do cronograma de 2024 para este ano.>
"Se o concurso for no ano que vem, a pessoa pode entrar só lá em 2025, faltando apenas dois anos para o fim desta gestão. Não está certo ainda, porque não sentei com a Simone Tebet (Planejamento), mas tento antecipar uma parte", afirma Dweck.>
Como ficou claro no anúncio em junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está pessoalmente preocupado com a reposição. Lula ligou para Dweck quando ela estava na entrevista coletiva em que anunciava 4.436 novas vagas para saber por que as áreas de políticas sociais e meio ambiente não estavam incluídas.>
"Ele sente a falta quando pede as coisas e dizem para ele que não conseguem fazer porque falta gente. É por isso que ele fala que os ministérios estão vazios", diz ela.>
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O Ministério da Gestão quer a mudança dos concursos, mas ainda não decidiu se vai apoiar integralmente o PL (projeto de lei) que trata do tema em tramitação no Congresso.>
O mesmo vale para o PL das Cotas. O ministério já tem as suas propostas e avalia como levá-las aos parlamentares. De certo é que as cotas serão aplicadas nos concursos. Esse e outros temas estão no manual dos concursos, que será lançado nesta semana.>
"Agora, que vai ter uma nova leva grande de concursos, a gente quer que a lei de cotas seja aplicada corretamente.">
A gente espera pelo menos dobrar esse número, abrindo de 8.000 a 10.000 vagas a mais, exceto universidades e institutos federais e militares, que têm uma lógica diferente.
É uma mistura das duas coisas. As pessoas contam. Mas ele sente a falta quando pede as coisas e dizem para ele que não conseguem fazer porque falta gente.
Em alguns casos, sim. Eu passei os três primeiros meses do ano só recebendo ministros reclamando da falta de estrutura. Na recriação de ministérios, quando tivemos que dividir as pessoas, foi muito difícil. Falta gente.
Não. Algumas áreas estavam mais estruturadas. Na Gestão, por exemplo, as pessoas ficaram acostumadas a tocar as coisas sem falar nada. No começo, eu ficava sabendo das coisas de última hora. Ninguém falava nada antes.
Hoje, são 80 mil pessoas a menos do que havia em 2016. É uma perda superior a 10%. Sabemos que não vamos recompor exatamente o quantitativo que era antes.
Não será uma proposta única. Serão várias iniciativas diferentes - concursos, carreiras, formação, cotas. Mas não temos uma data definida para as mudanças.
Estamos estudando como ampliar o número de cidades onde ocorrem os concursos para pulverizar o acesso. Hoje, estão muito concentrados nas capitais. Ainda estamos discutindo o PL (projeto de lei) dos concursos público. Já fizemos uma análise, mas não fechamos a nossa posição.
A lei é de 2014. Depois de 2016, quase não teve concurso. A Educação foi a área que mais fez concursos no período. No entanto, quando tem concurso, é uma vaga de professor para uma disciplina específica e, quando é uma vaga, não se aplica a cota.
Estamos discutindo com o senador Paulo Paim [PT-RS]. A gente está tentando uma estratégia dupla, tanto na Câmara quanto no Senado.
Esther Dweck é formada em economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é professora do Instituto de Economia da mesma instituição. Foi secretária de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento entre 2015 e 2016, durante o governo Dilma Rousseff.>
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