A quarentena e o medo de engordar

Rayane Souza fala sobre o fato de algumas pessoas da mídia falarem  que vão  sair mais gordas do  confinamento. Como pensar  em quilos a mais quando tem gente lutando para viver?

Publicado em 18/03/2020 às 18h31
Atualizado em 19/03/2020 às 13h16
 Crédito: shutterstock
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Dias difíceis. A realidade é clara: isolamento e autocuidado. Como sociedade, enfrentar uma pandemia é uma chance de sermos altruístas, empáticos e exercer nossa cidadania plena! É cuidar de si e cuidar um dos outros, então acredito eu que algumas preocupações podem se tornar secundárias no atual momento.

Alguns memes, e também alguns artistas já se posicionaram a respeito da quarentena e sobre o que o tédio produz no atual isolamento. Alguns desses comentários veio da atriz Luana Piovani, dizendo que sai do isolamento ou bêbada ou gorda.

O comediante Paulo Vieira em suas redes também manifestou ansiedade no isolamento. E disse que o projeto quarentena é para fazê-lo engordar, logo não iria morrer de gripe mas, sim, de gordura. Esses são alguns pensamentos da semana a respeito do momento crítico que o Brasil e o mundo vêm enfrentando na saúde pública.

Como mulher, ativista, cidadã em primeiro lugar,  ao me deparar com tais pensamentos,. Principalmente sobre nossas prioridades e percepções de saúde e bem-estar. Ligamos a televisão todos os dias e não tem sido fácil. A gente só espera que isso tudo acabe logo. E, nesse contexto, ganhar alguns quilinhos no isolamento deveria ser algo banal.

Não consigo assimilar tamanha ignorância ao se falar de estética em um momento como esse. Como pensar em alguns quilinhos a mais quando, ao redor do mundo, muitas vítimas da Covide-19 devem estar lutando pra viver,  e muitas famílias, tentando dominar o medo de pegar um  vírus ainda desconhecido?

EMPATIA!

Enquanto muitos se preocupam com seus corpos esteticamente, outros lutam em seus leitos para não se tornarem mais um número de uma triste estatística que percorre o mundo inteiro. Onde estão os nossos olhos? Onde está a nossa prioridade? A nossa empatia?

O isolamento é sem dúvida um processo difícil, tedioso, que gera angústias e ansiedade, e isso reflete na nossa alimentação, em possíveis compulsões. Mas o problema maior ainda existe! Não precisamos ter medo dos quilinho a mais!

Vamos usar o isolamento como forma de cuidarmos de quem amamos, de nos protegermos, de ligarmos para nossos parentes mais velhos, oferecendo ajuda. Vamos conscientizar os vizinhos... Somos um instrumento poderoso quando colocamos em foco o que realmente importa: a vida

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