Uma jornalista que ama os animais, assim é Rachel Martins. Não é a toa que ela adotou duas gatinhas, a Frida e a Chloé, que são as verdadeiras donas da casa. Escreve semanalmente sobre os benefícios que uma relação como essa é capaz de proporcionar

Mãe de humano e mãe de pet: tudo em família

Mães contam como seus recém-nascidos são recepcionados pelos pets ao chegarem em casa, após o tempo na maternidade. E como essa convivência se dá na medida que eles vão crescendo

Publicado em 01/05/2020 às 18h26
Alline Passamani, Rodrigo Abelha, Rodriguinho, Martina e Monstrinha
Alline Passamani, Rodrigo Abelha, Rodriguinho, Martina e Monstrinha. Crédito: Hugo Boniolo

A Bull Terrier Monstrinha entrou para a família da lifestyle Alline Passamani ainda filhotinha. “Foi um presente de noivado”, conta. Ela é casada com o empresário Rodrigo Abelha. A cachorrinha chegou à residência antes do nascimento de seu primeiro filho, Rodriguinho.

E para as mães que sentem medo de ter um pet em casa com a chegada de um bebê, Alline faz questão de ressaltar que cachorros são bons companheiros para adultos e crianças. “Eles ajudam a reduzir nosso estresse. Além disso, a necessidade do animal de comer, tomar água e passear, desenvolve o senso de compromisso e responsabilidade dos pequenos com os animais”, explica.

Claro, a adaptação na chegada de um bebê em casa, quando se tem um pet, precisa ser realizada aos poucos. Alline conta que quando ficou grávida, Monstrinha demonstrou entendimento de que alguma coisa nova estava para acontecer. “Ela ficou mais tranquila, foram vários os momentos em que apoiava a cabeça na minha barriga enquanto eu estava sentada”, lembra.

Na casa, durante a gravidez, Monstrinha participava de tudo. “E nos dois nascimentos, do Rodriguinho e da Martina, trouxemos, quando eu ainda estava na maternidade, a touquinha deles para que ela fosse se familiarizando com o cheiro das crianças. Nesse momento sempre buscávamos criar associações positivas, como carinho ou petisco. Além disso, no primeiro encontro com a Monstrinha eu trouxe os bebês no carrinho, não no colo, coloquei o medo e a insegurança de lado e deixei que ela cheirasse os ‘novos integrantes’ da família o quanto quisesse, sempre fazendo muito carinho e a presenteando com o petisco que mais gosta”.

Hoje, segundo Alline, a relação entre eles é a melhor possível. “As crianças estão passando por uma fase de descobertas e sempre ficamos atentos para que não façam algo que a Monstrinha não goste. Aqui em casa é uma correria só”, avisa.

Ela explica que na sua família não tem neura. “Nós temos total confiança de que a Monstrinha nunca fará mal para as crianças. Existe, inclusive, estudos que comprovam que bebês em contato com pets têm mais chance de não apresentar alergias. Eu acredito que fui abençoada por Deus três vezes, porque também tenho uma ‘filha de quatro patas’. E nessa quarentena todo o carinho e companhia que eles me dão são minha fonte de energia”.

Amizade e amor

Alessandra, seu marido Wanderson, o filho  Joaquim, e Meg, Amora e Noah
Alessandra, seu marido Wanderson, o filho Joaquim, e Meg, Amora e Noah . Crédito: Arquivo pessoal

Já na casa da analista de sistemas Alessandra Costa de Paula, seus filhos humanos, Joaquim, 2 anos, e Maria Laura, 11 meses, vivem correndo atrás dos seus filhos de quatro patas, Amora. Meg e Noah, os dois últimos provenientes de resgate.

“Na gravidez de Joaquim, Meg ficou extremamente carinhosa comigo, até na hora de eu ir para o hospital. Os outros dois ficaram mais escondidos. Fui fazendo a adaptação durante os nove meses, colocava sempre alguma roupinha dele para os três cheirarem. Queria que entendessem que nada iria mudar com a chegada do bebê. Enquanto eu estava na maternidade, meu marido, Wanderson, trouxe a touquinha do Joaquim e deixou em casa para que eles fossem se acostumando”.

Alessandra conta que a chegada do recém-nascido em casa foi mágica. “Eles ficaram agitados, cheiraram muito o bebê, tiramos fotos, nos divertimos. Foi um momento positivo. E no decorrer dos dias, onde eu o levava, lá vinham os três atrás. Depois, meu filho foi crescendo. Hoje, joga a bolinha e todos correm para buscá-la”.

Posteriormente, veio a Maria Laura, mas daí, conta ela, Amora, Meg e Noah já estavam acostumados, porque não deram muita bola quando a pequena chegou em casa. “Todos convivem super bem, só na hora da refeição é que preciso separá-los, senão os danadinhos dos meus ‘filhos de quatro patas’ roubam a comida da Maria Laura e do Joaquim”.

Alessandra conta que é um desafio ser “mãe” do Joaquim, da Maria Laura e dos três cachorrinhos. “Porque Amora, Meg e Noah são como crianças também. “Mas todo o trabalho compensa, tenho certeza que os três estão mostrando aos meus bebês a importância da amizade, do amor e do cuidado que é necessário ter com os animais. Somos uma família grande e feliz”, conta.

Benefícios da relação

A veterinária Georgia Guimarães, o marido Lourival, a filha Helena e os cachorros Gaia e Pepa
A veterinária Georgia Guimarães, o marido Lourival, a filha Helena e os cachorros Gaia e Pepa. Crédito: Gabriela Almeida

A veterinária Georgia Almeida de Souza Guimarães explica que ter animais em casa com bebês ou crianças não faz mal nenhum, ao contrário, os benefícios são enormes. Ela mesma é “mãe” de nove cachorros e dois gatos e de um lindo bebê, de um ano e cinco meses, a Helena.

Georgia conta que quando engravidou, seus obstetras – eram dois – nunca cogitaram que ela se afastasse de seus pets ou que parasse de trabalhar na clínica veterinária atendendo seus clientes, alegando que poderia ser um risco para o bebê.

“Na verdade, é tudo uma questão de higiene e de manter a saúde dos pets em dia. Fazendo isso, não há problema algum. O medo maior está relacionado aos gatos, mas as pessoas precisam entender que para pegar toxoplasmose é preciso comer, literalmente, as fezes do animal. Neste caso, então, quem tem bebê e crianças em casa precisa, apenas, colocar a caixinha de areia fora do alcance delas. Não precisa se desfazer do felino”, explica.

Georgia, conta, que ela conviveu com os seus pets e trabalhou na clínica veterinária durante toda a gestação de Helena. “Desde que me casei com o Lourival, só a Gaia, um Border Collie, e a Pepa, um buldogue francês, convivem com a gente. O restante ficou na casa de minha mãe. Então, foram só os dois que receberam minha recém-nascida em casa. E foi maravilhoso, um momento inesquecível!”.

Segundo ela, quando Helena começou a engatinhar vivia atrás de Pepa e Gaia. “Com oito meses, ela começou a andar, e foi um Deus nos acuda. Não deixava os dois em paz, e Gaia é bem grandinha, mas era pura diversão, e minha bebê ria muito. Aliás, a primeira palavra que ela pronunciou, sabe qual foi? Gaia”, imagine só!”.

Sentimento de responsabilidade

Vivian Linhalis, seu marido Diogo, a pequena Amanda e a cahorrinha Jan
Vivian Linhalis, seu marido Diogo, a pequena Amanda e a cahorrinha Jan. Crédito: Arquivo pessoal

Já a empresária Vivian Linhalis há seis meses ganhou a Amanda. E quando a bebezinha chegou em casa foi recebida pela buldogue inglês, Jane. “É lógico que ela estranhou quando eu e meu marido, Diogo, entramos com nossa recém-nascida, mas aos poucos a Jane foi entendendo que também se tratava de uma pessoa e a qualquer choro ela corria para o berço, e ficava ali, olhando, paradinha, como quem diz: ‘Olha, estou por aqui’. É muito curiosa essa relação”.

Segundo Vivian, agora que Amanda já está engatinhando, vive atrás da Jane. “Acho que a Jane fica até de saco cheio”, diz, rindo. “Ela puxa a orelha, fica em pé em cima dela, a Jane nem liga e a minha bebê só ri. São momentos deliciosos de se ver”.

Vivian diz que se alguém lhe perguntasse como é ter um pet em casa convivendo com um bebê, ela diria que vale muito a pena. “Eu acredito que essa relação, além de ajudar o bebê a criar imunidade, evitando as alergias, cria um sentimento de responsabilidade na criança em relação aos animais, isso sem falar na troca de amor”.

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