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Nota A do Tesouro será, de novo, exclusividade do ES

Nota A do Tesouro será, de novo, exclusividade do ES

Ficar bem nessa classificação é mais do que um reconhecimento, é um carimbo que traz benefícios para o desenvolvimento local

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 08:26

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(Reprodução/Pixabay)

Pelo segundo ano consecutivo, o Estado será o único do país a conquistar a nota A do Tesouro Nacional, ou seja, a pontuação máxima da avaliação, que tem uma escala de A a D. Esse diagnóstico – previsto para ser divulgado oficialmente no próximo dia 14, mas obtido pela coluna em primeira mão – coloca novamente o Espírito Santo em um patamar superior ao dos demais entes da federação, que continuam enfrentando dificuldades financeiras graves e buscando saídas para suas fragilizadas contas públicas.

Sem dúvida, estar no pódio e de maneira isolada é de dar orgulho. Mas analisando friamente, esse resultado estampa o quanto o país falhou, e aí, isso não é motivo de comemoração para ninguém. Bom mesmo seria o Espírito Santo ter tantos outros Estados para dividir esse feito.

Afinal, quem não quer ter um selo de boa gestão e de quadro fiscal equilibrado? Ser bem classificado pelo Tesouro como uma administração que tem capacidade de poupança, que é pouco comprometida com endividamento e que tem liquidez, ou seja, tem caixa suficiente para honrar as obrigações financeiras.

Todos querem! Porém, nem todos se esforçaram e fizeram sacrifícios para isso. O Espírito Santo fez. Tanto é que nos três quesitos que mencionei anteriormente, o Estado ganhou no ano de 2018 a melhor nota.

Ficar bem nessa classificação é mais do que um reconhecimento, é um carimbo que traz benefícios para o desenvolvimento local. Por exemplo, o governo tem a capacidade de pegar empréstimos a juros mais baixos, reforça a confiança do mercado e de investidores, fortalece a atração de negócios. Sem contar que a nota A contribui para a manutenção da estabilidade e demonstra que existe responsabilidade fiscal por aqui.

O mesmo, entretanto, não acontece Brasil afora. A prévia fiscal do Tesouro Nacional indica que, dos 27 Estados, 10 receberam nota B (AC, AL, AM, CE, PB, PA, PI, PR, RO e SP), 13 a nota C (AP, BA, DF, GO, MA, MS, MT, PE, RN, RR, SC, SE, TO), dois nota D (RJ e RS) e, em um caso (MG), não consta a informação.

O Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais da Secretaria do Tesouro trará, na próxima quarta-feira, os dados consolidados, mas, pelo o que já se sabe até o momento, é possível perceber que a condição fiscal das administrações públicas no ano passado continuou deteriorada e pouco ou nada melhorou em relação ao ano de 2017.

Virar essa chave não é simples. Por muitos anos, administrações públicas gastaram indiscriminadamente, contrataram a ponto de inchar a máquina e extrapolaram o limite com pessoal dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, uma penca de gestores aguarda ansiosamente pelo chamado plano Mansueto, uma iniciativa do governo federal que vem sendo promessa de socorro às unidades da federação que, em troca terão que se comprometer a adotar medidas de ajuste fiscal.

Para o Espírito Santo, que entendeu que o descontrole das contas não é o caminho e, há alguns anos, já vem colecionando, notas A em seu “boletim”, aguardar as ações do governo está longe de ser um problema. A ansiedade maior por aqui é pela recuperação da economia. Enquanto ela não ganha fôlego, só temos que esperar que, no mínimo, a postura da austeridade seja sempre preservada.

Mais eficiência

A Findes e o Iema firmaram uma espécie de pacto para melhorarem os processos de licenciamento ambiental. A ideia é tornar essa etapa mais eficiente e reduzir o tempo para a concessão das licenças no ES. Hoje, um empreendimento de grande porte leva em média 3,3 anos para obter a autorização, mas em alguns casos esse tempo extrapola 6 anos. Outro dado que chama a atenção é o número de licenças emitidas pelo órgão. Em 2018, foram 1.191, a menor quantidade desde 2005, quando foram contabilizadas 1.329 licenças ambientais.

Atração de projetos

Segundo a executiva do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Findes, Graciele Belisário, ainda é cedo para precisar os ganhos mas, para ela, o prazo reduzirá significativamente. “Nosso interesse é melhorar o mercado de investimentos no Estado. Muitas empresas deixam de vir para cá por conta da falta de celeridade. Fora que há casos de negócios que, quando conseguem a licença, avaliam que o projeto não é mais viável.”

Cooperação

Uma das formas de cooperação será com o aporte de pessoas ligadas à Findes para atuarem no levantamento de requisitos exigidos nos processos de licenciamento e contribuírem na identificação de quais sistemas informatizados disponíveis no mercado podem atender melhor cada área do Iema. Outros pontos de avanço serão na melhoria de processos on-line e na gestão de projetos.

NA LATA

Perfil

Sandra Matias, da Galeria Matias Brotas. (Cacá Lima)

Nome:

Sandra Matias

Empresa: Galeria Matias Brotas

No mercado: Há 13 anos

Negócio: Comércio de obras de arte

Atuação: Vitória

Funcionários: Três

 
Jogo rápido com quem faz a economia girar 

Economia: Estamos em um momento no país em que precisamos acreditar nas novas oportunidades com muita garra.

Pedra no sapato: A logística no setor de transporte de obras de arte.

Tenho vontade de fechar as portas quando: Os muitos processos burocráticos dificultam a realização de novos projetos e impedem a expansão no setor cultural.

Solto fogos quando: Vejo as atividades de fomento e dinamização do circuito de arte abrangerem um grande público.

Se pudesse mudar algo no meu setor, mudaria...: Aumentaria a oferta de cursos profissionalizantes para todos os segmentos que envolvem o circuito das artes.

Minha empresa precisa evoluir: No on-line, criando novos mercados.

Se começasse um novo negócio seria...: O mesmo!

Futuro: Pretendemos ampliar nosso espaço físico, para melhor atender os clientes e contribuir com a formação de novos colecionadores.

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Uma pessoa no mundo dos negócios que admiro: Severino Matias, que, com muito trabalho e dedicação, construiu uma grande empresa e me deixou grandes ensinamentos.

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