
Minissérie lançada há pouco menos de 15 dias na Netflix, "Senna" traz a vida história do tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna. Com conteúdo híbrido entre fato e ficcão, a produção está entre as mais assistidas no momento na plataforma de streaming e segue arrebatando fãs pelo mundo. E uma das curiosidades da série é uma citação à Luigi Sena, bisavô do piloto que chegou ao Brasil em 1893 e se estabeleceu no Espírito Santo, mais precisamente em Cachoeiro de Itapemirim, na Região Sul.
No segundo episódio, a minissérie traz o momento em que Senna precisou dirigir por 15 horas entre a Inglaterra e a Itália para encontrar os engenheiros responsáveis pelo motor de seu carro e pedir um ajuste que seria decisivo para a última prova da Fórmula 3 na temporada de 1983. Sacrifício que viria se tornar necessário para a conquista do título.
No diálogo, o engenheiro percebe que o piloto brasileiro fala italiano muito bem e questiona se ele tinha sangue italiano em suas veias. "Meu bisavô era italiano, o Luigi. Quando chegou ao Brasil virou Luiz, Luiz Sena", declarou o ator Gabriel Leone, responsável por interpretar Senna na minissérie, aos 14 minutos do episódio. E é justamente aí que o Espírito Santo acaba entrando indiretamente na história.

A genealogia de Ayrton Senna, que foi publicada na publicada pela Revista Insieme com base na pesquisa de Daniel Taddone, Isis Laguardia, Anna Buzolin, Lucas R. Guimarães Brito e Danilo Villani, mostra Luigi Sena e Giovanna Maria Magro como bisavós do piloto. E de acordo com dados do Arquivo Público do Espírito Santo, Luigi, que nasceu em Siculiana, na região da Sicília, e Giovanna chegaram ao Brasil pelo Espírito Santo. Luigi desembarcou em Cachoeiro de Itapemirim no dia 20 de março de 1893, e Giovanna chegou a Vitória, em novembro de 1894. Eles se casaram no município de Castelo no dia 13 de dezembro de 1896, tiveram um filho capixaba e depois se instalaram em São Paulo.
Diretor-geral do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, Cilmar Franceschetto relata o contexto da vinda dos bisavós de Senna ao Estado. “A chegada dos bisavós de Senna ao Espírito Santo ocorreu em um período em que se verificava o maior fluxo de entrada de camponeses italianos no Estado para ocupar lotes agrícolas e atender às demandas de mão de obra nas fazendas de café”, pontuou.
Os bisavós de Senna se encontraram com familiares que estavam estabelecidos na região entre Castelo e Muniz Freire. Já morava nesta localidade Angelo Rafaelle di Sena, que vivia com sua esposa Antonia Alessio e seus filhos. Um desses filhos, Nicolò, é o bisavô do advogado Fabricio Sena, que mora atualmente em Castelo.
Poço de curiosidades e com uma influência muito forte da colônia italiana, o Espírito Santo não podia ficar de fora da história de um dos maiores pilotos da história.
Documentos registram a passagem dos bisavós de Ayrton Senna pelo Espírito Santo
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