Publicado em 25 de março de 2020 às 15:09
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lamentou nesta quarta-feira (25) as mortes pelo novo coronavírus no Brasil, mas afirmou que as vítimas também morreriam se fossem acometidas pelo vírus H1N1. Ele citou o exemplo de sua mãe, com 93 anos, declarando que "uma gripe qualquer" pode ser fatal nessa faixa etária.>
O número de mortes pela covid-19 no Brasil subiu de 34 para 46 na terça-feira (24). O índice de letalidade está em 2,1%. >
Jair Bolsonaro
Presidente da RepúblicaDe acordo com o Ministério da Saúde, houve um crescimento de 1.891 para 2.201 pessoas testadas com o coronavírus de um dia para o outro, somando 310 novos casos no período.>
Apesar de o presidente insistir na tese, por mais de uma vez, médicos, cientistas e outros líderes mundiais já ressaltaram que o novo coronavírus é mais grave que uma gripe comum.>
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"Todos são vírus diferentes, mas que comprometem o aparelho respiratório, uns mais graves outros nem tanto. Porém, o número de pessoas que evolui para a forma grave com o coronavírus é maior e, consequentemente, a letalidade também. O coronavírus afeta a superfície respiratória dos pulmões, causando insuficiência respiratória", observou o infectologista Crispim Cerruti Júnior, em reportagem publicada por A Gazeta que você pode conferir aqui:>
"Ninguém quer que ninguém morra. Se essas pessoas tivessem pego H1N1, iriam morrer também. Essas pessoas, como você vê nos EUA e em outros países, têm uma média de idade na casa dos 80 anos", disse Bolsonaro na manhã desta quarta, ao sair do Palácio da Alvorada.>
Só em São Paulo, dez novos óbitos pelo novo coronavírus foram confirmados entre segunda-feira e terça-feira. São seis homens (71, 75, 79, 80, 89 e 93 anos) e quatro mulheres (48, 65, 84 e 85 anos). "Olha, quem está são o risco é quase zero. O problema é acima dos 60 anos ou quem tem algum problema de saúde", declarou o presidente da República.>
Bolsonaro defendeu mudança na orientação do Ministério da Saúde sobre o isolamento da população durante a pandemia. >
Para ele, somente os idosos e as pessoas doentes precisam ficar isoladas. O chefe do Planalto relatou que conversaria com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a decisão.>
A Sociedade Brasileira de Infectologia se mostrou preocupada com as recentes declarações do presidente. "Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença com baixa letalidade", registrou a entidade.>
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