Publicado em 15 de julho de 2022 às 21:07
BRASÍLIA - O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Edson Fachin, convocou uma reunião para o dia 1º de agosto com todas as entidades fiscalizadoras que vão acompanhar o sistema eleitoral, incluindo as Forças Armadas e a Polícia Federal.>
O encontro servirá para que os técnicos do TSE apresentem orientações sobre "as etapas, métodos, locais e formas de fiscalização". A reunião será presencial no próprio tribunal.>
O convite foi enviado em um momento de constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e sucessiva pressão das Forças Armadas sobre o tribunal.>
Nesta quinta-feira (14), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, disse em audiência no Senado que os militares não serão revisores das eleições deste ano.>
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"Em absoluto, jamais, em tempo algum, seremos revisores de eleições", disse o general à Comissão de Fiscalização e Controle da Casa. "O protagonista é o Tribunal Superior Eleitoral, o protagonista é o povo brasileiro", completou o ministro.>
Apesar da declaração de Nogueira aos senadores, as Forças Armadas têm endossado o discurso infundado do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que o processo eleitoral é passível de fraudes. No mês passado, o próprio ministro alegou que os militares se sentiam desprestigiados pela Corte Eleitoral e pediu mais participação nas eleições.>
Nogueira também cobrou na audiência do Senado que o tribunal responda sobre as diversas "sugestões" para o pleito que a pasta enviou.>
Uma delas era a realização de um teste de integridade nos locais de votação. Tais testes consistem em uma "votação paralela" em que os votos são computados na urna e também em cédulas de papel. O teste é conduzido em um ambiente controlado pela Justiça Eleitoral e serve como uma etapa de auditoria do sistema.>
Nogueira quer que o teste seja realizado nas próprias seções eleitorais, com eleitores participando do processo.>
Outra sugestão seria a submissão do novo modelo da urna eletrônica, a UE 2020, ao Teste de Segurança, que busca garantir a segurança do equipamento e do sistema eleitoral por meio de ataques simulados. Nesta quinta (14), o TSE informou que a nova urna passará por testes de segurança conduzidos pela USP.>
A terceira sugestão era que o TSE garantisse um maior incentivo para os partidos participarem dos processos de auditoria e fiscalização do sistema eleitoral. No entanto, historicamente as legendas não participaram do processo nos últimos anos.>
Na semana passada, os militares pressionaram o TSE cobrando informações técnicas para subsidiar a fiscalização do sistema eleitoral. O documento, datado de 24 de junho, foi obtido pelo UOL e ainda não foi respondido pela Corte Eleitoral, segundo os militares.>
No ofício, Nogueira pede "informações técnicas preparatórias acerca do processo eleitoral" e afirma que o objetivo é "esclarecer e conhecer" os mecanismos do processo eleitoral.>
Entre as informações cobradas, estão dados sobre o processo do sistema de compilação, os servidores utilizados no recebimento dos boletins de urna e relatórios sobre o programa que realiza o sorteio do chamado teste de integridade, em que urnas são testadas em uma "votação paralela" realizada no dia da eleição.>
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