Publicado em 12 de março de 2024 às 18:51
SÃO PAULO - Um homem invadiu um ônibus na rodoviária do Rio de Janeiro, no centro da cidade, e fez 18 pessoas como reféns na tarde desta terça-feira (12). O episódio soma-se a outros dois sequestros de coletivos marcantes na história carioca. Relembre dois casos.>
No dia 12 de junho de 2000, Sandro Barbosa do Nascimento, um sobrevivente do massacre da Candelária, manteve reféns em um ônibus da linha 174.>
Tudo começou por volta das 14h20 daquela data, Dia dos Namorados, quando Sandro embarcou no bairro do Jardim Botânico, na zona sul, portando um revólver calibre 38. Ele rendeu o motorista, pulou a roleta e sentou próximo a uma janela.>
Cerca de 20 minutos após o sequestro, uma viatura passou ao lado do veículo e, com gestos, uma passageira conseguiu informar a situação. Dois policiais cercaram o ônibus. Nesse momento, algumas pessoas conseguiram escapas, mas dez permaneceram nas mãos do criminoso.>
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As negociações para libertação dos reféns duraram quase cinco horas. No período, alguns disparos foram feitos por Sandro a fim de assustar as pessoas no redor. Ele também fez uma das passageiras escrever algumas frases com batom na janela do coletivo: "ele vai matar geral às seis horas" e "ele tem pacto com o diabo".>
Já à noite, o sequestrador decidiu sair do ônibus, usando a professora Geísa Firmo Gonçalves como escudo. Ao descer, um policial tentou alvejar o homem com uma submetralhadora e acabou acertando a refém de raspão no queixo. Assustado, Sandro deu três tiros nas costas de Geísa, a matando. Depois, ele foi morto asfixiado numa viatura.>
O caso foi televisionado para todo o país.>
Em 20 de agosto de 2019, o sequestro de um ônibus com 38 passageiros e o motorista a bordo sobre uma das pontes mais conhecidas do Brasil, a Rio-Niterói, culminou na morte do suspeito, Willian Augusto da Silva, por um franco-atirador da Polícia Militar fluminense. Nenhum refém ficou ferido.>
A ação criminosa e a operação policial, que tiveram seus lances finais televisionados, duraram quase quatro horas, atraíram atenção internacional e tiveram o desfecho festejado pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e pelo ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), defensores da polícia linha-dura.>
Willian, um homem de 20 anos sem antecedentes criminais descrito por familiares como depressivo, embarcou no ônibus da linha 2520, que liga o bairro de Jardim Alcântara, em São Gonçalo (região metropolitana do Rio), ao Estácio, no centro da capital fluminense, por volta de 5h10.>
Cerca de 15 minutos depois, quando o ônibus se aproximava da ponte, ele ergueu uma pistola – que a polícia mais tarde descobriria ser um simulacro – pediu calma e afirmou que não queria machucar ninguém, conforme relataram passageiros.>
Dirigiu-se ao motorista da viação Galo Branco e, ameaçando-o com a pistola falsa, um taser (arma não letal de eletrochoque) e uma faca, ordenou que parasse o veículo na diagonal sobre a ponte.>
A Polícia Rodoviária do Rio de Janeiro foi acionada por volta das 5h40 pelos próprios passageiros a pedido do sequestrador e iniciou as negociações.>
Horas depois, Willian deixou o veículo, sendo baleado. Levado por uma ambulância ao hospital Souza Aguiar, ele teve parada cardiorrespiratória durante o atendimento e morreu. O corpo do sequestrador sofreu seis perfurações: duas no tórax e as outras no antebraço direito, perna esquerda e braço esquerdo.>
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