Publicado em 14 de abril de 2020 às 16:26
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a 173 anos de prisão pelo abuso sexual de pacientes, foi autorizado pela Justiça a cumprir a pena em casa. A juíza Sueli Zeraik, da Vara de Execuções Penais de Taubaté, acatou pedido da defesa para que o condenado, que tem 76 anos de idade e um quadro de doenças crônicas, seja levado ao regime de prisão domiciliar por estar em grupo de risco para o coronavírus.>
A decisão foi publicada nesta terça-feira, 14. A previsão é de que o detento deixe a penitenciária de Tremembé até o fim da tarde desta terça-feira (14). O Ministério Público vai entrar com recurso para que a decisão seja revista.>
Abdelmassih cumpre pena em regime fechado. A juíza destacou que a concessão de prisão domiciliar para presos do grupo de risco faz parte de um elenco de recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para reduzir o risco de mortes no sistema penitenciário. A medida vale por 90 dias, quando as condições do preso voltam a ser avaliadas. O condenado deve ser liberado do uso de tornozeleira eletrônica devido à falta do equipamento no sistema prisional. Ele não poderá sair de casa, a não ser em caso de emergência médica.>
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O pedido de prisão domiciliar foi feito no fim de março, depois que a justiça autorizou a saída de alguns presos do regime semiaberto. A defesa do preso alegou que ele estava sujeito ao risco de morte, caso fosse infectado, uma vez que, além da idade avançada, é portador de doença cardíaca grave.>
O Ministério Público se manifestou contrário à liberação, alegando que todas as medidas estão sendo tomadas pela administração penitenciária e por órgãos da saúde para evitar a propagação do vírus entre os detentos. Alegou ainda que não havia casos da doença na penitenciária. >
Roger Abdelmassih já havia conseguido ir para prisão domiciliar em 2017, depois que seus advogados alegaram a necessidade de constante atendimento médico e hospitalar. Em agosto de 2019, o benefício foi revogado, após a revelação de um médico, também preso, de que ele teria forjado um quadro clínico mais grave para conseguir o cumprimento da pena em casa.>
Desde o início da pandemia, outros 61 presos de grupos de risco das unidades de Tremembé foram transferidos para prisão domiciliar, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).>
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