Publicado em 17 de setembro de 2020 às 19:46
Por 24 votos contra 20, a Câmara de Vereadores rejeitou nesta quinta-feira (17) abertura de processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) por crime de responsabilidade em um esquema batizado pelos investigadores de "QG da propina". O Ministério Público do Rio aponta Crivella como protagonista de uma estrutura de corrupção instalada na Riotur, empresa de turismo do Rio.>
Filho do presidente da República e correligionário do prefeito, o vereador Carlos Bolsonaro votou contra o pedido de abertura. A sessão da Câmara de Vereadores aconteceu uma semana depois de a casa e o gabinete do prefeito serem alvo de uma operação de busca e apreensão a cargo do MP e da Polícia Civil. O celular do prefeito foi apreendido na ação, ocorrida na quinta-feira (10).>
O inquérito contra Crivella foi aberto no ano passado com base na delação premiada de Sérgio Mizrahy, um agiota da zona sul da cidade. Ele apontou o empresário Rafael Alves, ex-dirigente do Salgueiro e da Viradouro, como o responsável por cobrar propina na Riotur. A empresa municipal de turismo era presidida até março por seu irmão, Marcelo Alves.>
O delator disse que Rafael Alves cobrava propina de empresas contratadas pelo município ou que têm dívidas a receber de gestões anteriores. O agiota disse que trocava por dinheiro vivo os cheques que recebia do empresário como fruto de vantagem indevida para trocar por dinheiro vivo.>
>
Segundo investigadores, material aprendido -incluindo troca de mensagens via celular- revela íntima relação de Crivella com o empresário. Ao autorizar a operação na casa de Crivella, a desembargadora Rosa Helena Guita afirmou que "a subserviência do prefeito a Rafael Alves é assustadora".>
Autora do pedido de impeachment, a presidente municipal do PSOL, Isabel Lessa, afirmou no requerimento que -como se não bastasse, foram identificados ainda a existência de um esquema de corrupção e direcionamento de licitações no seio da Rioluz, bem como a manipulação de certame licitatório da Secretaria de Ordem Pública - SEOP - cujo objeto seria a contratação de reboques".>
Essa é a quinta vez que os vereadores se debruçaram sobre pedidos de abertura de impeachment contra o prefeito. Só em setembro foram dois. Por 25 votos a 23, a Câmara de Vereadores rejeitou na quinta-feira (3) a admissibilidade de processo de impeachment contra Crivella por improbidade administrativa no uso de funcionários da prefeitura para cerceamento da imprensa às portas de hospitais.>
Dois pedidos de impeachment haviam sido protocolados na terça-feira (1º), um dia depois de reportagem da TV Globo revelar a existência dos chamados "Guardiões do Crivella", ocupantes de cargos de confiança escalados para atrapalhar a imprensa e impedir depoimento dos usuários da rede pública de saúde.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta