Publicado em 5 de setembro de 2019 às 18:04
Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil aparece entre os piores lugares do mundo para um estrangeiro viver e trabalhar. Com desempenho desastroso em critérios como segurança e bem-estar, o país ocupa a 61ª posição entre as 64 nações avaliadas.>
Os dados fazem parte da pesquisa Expat Insider 2019, um levantamento anual realizado pela rede InterNations, uma comunidade online formada por pessoas que moram fora dos países de origem. A pesquisa feita pela internet colheu respostas de cerca de 20 mil pessoas de 182 nacionalidades.>
Embora vá bem em critérios como amabilidade de população e facilidade para ter um encontro romântico, o país vai mal na maioria das subcategorias analisadas, ficando entre os dez piores desempenhos em três de cada cinco quesitos.>
Entre os estrangeiros que vivem no Brasil e responderam à pesquisa, há uma sensação generalizada de insegurança pessoal e custos altos, que se traduz também na qualidade de vida familiar, onde o país aparece com o pior desempenho entre os países analisados. "Chocantes 61% [dos estrangeiros] classificam sua segurança pessoal como ruim, comparado a apenas 9% globalmente", assinala o documento.>
>
Enquanto a segurança derruba os resultados, a "amabilidade dos brasileiros" é considerada bastante positiva. A barreira do idioma, no entanto, é algo assinalado pelos estrangeiros, que afirmam, de maneira geral, que os que não dominam o português têm dificuldades sérias para se integrarem.>
O custo de vida elevado e a economia, cuja recuperação anda a passos lentos, são outras queixas sobre o país. "Os expatriados parecem ter dificuldades com suas finanças pessoais no Brasil, com o país na 50ª posição no respectivo índice. Em parte, isso pode ser devido aos altos custos de vida: 43% dos entrevistados expressam estar descontentes com os custos (contra 34% no mundo)", diz o texto.>
"Embora a mesma parcela de expatriados globalmente e no Brasil (49%) expresse que sua renda familiar disponível é mais que suficiente para cobrir os custos diários, 17% dos expatriados que trabalham no Brasil também dizem que sua renda é muito menor do que seria no país de origem (contra 9% no mundo)", completa o relatório.>
O acesso e os custos da educação também são considerados um problema. Segundo o documento, apenas 19% dos estrangeiros estão satisfeitos com a educação infantil no país. "Menos de dois terços dos expatriados que são pais (64%) estão felizes com a vida familiar em geral, algo notavelmente abaixo da média global de 79%. O Brasil também fica em penúltimo lugar para a segurança das crianças, com apenas 35% de satisfação, 46 pontos percentuais abaixo da média global de 81%", avança o relatório.>
Enquanto isso, Portugal aparece na ponta da tabela. O relatório coloca Portugal como o melhor país da Europa - e o terceiro no ranking geral, liderado por Taiwan e Vietnã - para um estrangeiro viver. Em 2018, os portugueses estavam em sexto lugar.>
Qualidade de vida, segurança e custos baixos impulsionaram o bom desempenho lusitano. "Portugal é o destino ideal para se estabelecer rapidamente e se sentir em casa no exterior. Graças ao clima maravilhoso e a uma ampla variedade de atividades de lazer, os expatriados estão mais do que satisfeitos com sua nova vida: um em cada três acha que se mudar para o exterior os deixou muito mais felizes", diz o relatório.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta