Publicado em 7 de outubro de 2020 às 15:45
O ministro Eduardo Pazuello (Saúde), principal responsável pela gestão da saúde no Brasil e pelas ações de combate ao novo coronavírus, afirmou nesta quarta-feira (7) que não sabia o que era o SUS (Sistema Único de Saúde) até "este momento da vida". >
As declarações foram dadas durante cerimônia de lançamento da campanha Outubro Rosa, do Ministério da Saúde, para a detecção precoce do câncer de mama.>
"Eu não sabia nem o que era o SUS, porque eu passei a minha vida sendo tratado também em instituições públicas, mas específicas do Exército", disse o ministro. "Vim conhecer o SUS a partir desse momento da vida e compreendi a magnitude dessa ferramenta que o Brasil nos brindou. Essa ferramenta nos deu a capacidade de enfrentar a pandemia da Covid-19", completou.>
Pazuello assumiu o ministério interinamente em plena pandemia, após dois ministros demissionários em sequência: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teisch. No dia 16 de setembro, o ministro foi efetivado em cerimônia no Palácio do Planalto.>
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O ministro também minimizou a possibilidade de uma segunda onda do novo coronavírus e disse que o verdadeiro desafio do sistema de saúde brasileiro será lidar com a demanda represada por atendimento.>
"Sobre pandemia, ficou claro que aconteceu uma diminuição do atendimento, mas não é só do câncer. É de todas as doenças. E quando há esse represamento desses atendimentos, ele vai se juntar com as demandas normais de 2021 que estão pela frente", disse o ministro. "A segunda onda é exatamente as doenças e os tratamentos que foram interrompidos ou que não foram começados", completou.>
Também participaram da cerimônia a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).>
Damares, que no passado já havia declarado que meninos devem vestir azul e meninas, rosa, encampou a campanha contra o câncer de mama afirmando que o "governo Bolsonaro é rosa". A ministra também pediu que o tema da prevenção precoce da doença seja tratado nas campanhas eleitorais para as prefeituras neste ano.>
Durante apresentação da campanha, foram apresentados números que mostram queda na quantidade de mamografias realizadas de janeiro a julho deste ano em comparação com o mesmo período de 2019. O SUS realizou um total de 1,1 milhão de exames nos primeiros sete meses de 2020, contra 2,1 milhões no período equivalente do ano passado.>
O secretário de Atenção Especializada à Saúde da pasta, Luiz Otávio Franco Duarte, atribuiu a queda à pandemia do novo coronavírus e criticou a política de isolamento social, defendida por Mandetta.>
Por outro lado, o Ministério da Saúde informou que 75,5% dos atendimentos realizados neste ano tiveram intervalo de até 60 dias entre o diagnóstico e o tratamento em todos os estágios do câncer de mama no sistema público, como determina a legislação. No ano passado, o índice ficou em 57,32%.>
Os técnicos do Ministério da Saúde também apontaram a obesidade e o consumo de álcool como fatores de risco para o agravamento do câncer de mama.>
A pasta também acrescenta que mulheres sem sintomas ou sinais da doença, com idade entre 50 e 69 anos de idade, façam o exame a cada dois anos.>
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