Publicado em 25 de outubro de 2021 às 15:22
A bancada do PSOL na Câmara e o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) protocolaram nesta segunda-feira (25) uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por ter associado, durante live semanal, vacinas contra Covid-19 ao desenvolvimento de Aids.>
Em uma rede social, a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), disse que o partido e o deputado do PDT entrariam com a notícia-crime no STF contra Bolsonaro "pela mentira que associa as vacinas contra Covid ao HIV/Aids". "Esse genocida não pode sair impune de um absurdo como esse", escreveu a deputada do PSOL. >
Em sua live semanal, Bolsonaro leu uma suposta notícia que alertava que "vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]". >
Médicos, no entanto, afirmam que a associação entre o imunizante contra o coronavírus e a transmissão do HIV, o vírus da Aids, é falsa, inexistente e absurda. >
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Na noite deste domingo (24), o Facebook derrubou a live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) transmitida na última quinta-feira (21). >
Na notícia-crime, PSOL e o deputado do PDT acusam Bolsonaro de cometer infração de medida sanitária preventiva voltada a proteger a "incolumidade pública no que concerne à saúde da coletividade". >
Também citam artigo do Código Penal sobre perigo para a vida ou saúde de outrem, por "clara exposição da população brasileira ao vírus, ao propagar mentiras sobre a vacina" e afirmam que Bolsonaro cometeu "clara violação do princípio da moralidade, com orientação contrária à Constituição Federal." >
Segundo a notícia-crime, os princípios constitucionais "têm força normativa e devem ser seguidos em todos os âmbitos da administração pública". "A violação de tais dispositivos configura o enquadramento na Lei de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992), além de crime de responsabilidade (art.7º e 9º)." >
"O presidente da República mentir sobre a vacinação -utilizando um site conspiracionista e conhecido pelas fake news-, além de um ato criminoso, é um absoluto desrespeito para com o país e com as famílias enlutadas", escrevem PSOL e Gadêlha na notícia-crime. >
"Jair Bolsonaro coloca sua ideologia autoritária acima das leis do país, mentindo de forma criminosa >
sobre as vacinas, colocando em risco uma estratégia que vem diminuindo drasticamente o número de mortes no país." >
No documento, eles afirmam que "a postura irresponsável, mentirosa e criminosa" do presidente, sem amparo em medidas científicas e contrariando autoridades sanitárias nacionais e internacionais, tem colocado a população brasileira cada vez mais em risco. >
"Todos esses fatos trazidos à baila deixam claro que há em curso um amplo e sistemático modelo de disseminação de fake news que, aliado ao recrudescimento autoritário, tem graves consequências para a democracia brasileira e que coloca em risco a vida da população." >
Integrantes da CPI da Covid também indicaram que pretendem incluir as declarações de Bolsonaro no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito. >
"Além disso, encaminharemos ofício ao ministro Alexandre de Moraes [STF], pedindo que Bolsonaro seja investigado por esse absurdo no âmbito do inquérito das fake news e recomendaremos às plataformas de redes sociais a suspensão e/ou o banimento do presidente", escreveu o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). >
No domingo, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) já havia sinalizado que pediria à CPI que enviasse ao STF a notícia falsa associando vacinas contra Covid à Aids, para que seja inserida no inquérito das Fake News. >
"Como cobrar do cidadão comum o indispensável cumprimento das determinações legais se o presidente não o faz?", pergunta Vieira em seu requerimento. "A consequência, como sabemos, é o aumento do número de infectados, doentes e mortos." >
No requerimento, o senador afirma que, se Bolsonaro não fosse presidente, a persistência do cometimento de infrações penais "já seria suficiente para 'decretar sua prisão preventiva'".>
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