Publicado em 26 de outubro de 2019 às 11:38
O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) pediu abertura de uma fiscalização para apurar a conduta do governo federal no episódio de vazamento de óleo no litoral do Nordeste.>
A representação é assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado e foi encaminhada ao presidente da corte, ministro José Mucio Monteiro, nesta quinta-feira (24).>
No documento, Furtado questiona a ação coordenada de órgãos federais para responder ao incidente e minimizar danos ambientais. Segundo ele, "o que se tem visto de parte das autoridades federais é que, aparentemente, quedaram desorientadas ou inertes".>
O subprocurador-geral pede que o TCU acompanhe a reparação de danos e avalie a atuação do MMA (Ministério do Meio Ambiente), da Marinha, do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).>
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À corte, Furtado recomenda que se verifique "se os competentes órgãos e entidades da União moveram-se no sentido de promover a adequada apuração dos danos ambientais decorrentes do desastre, a efetiva reparação daqueles danos e a devida aplicação de sanções aos responsáveis".>
Ele quer ainda que se apurem possíveis falhas na regulação e fiscalização de atividades de exploração, transporte, comercialização e armazenamento de petróleo. >
Furtado também solicita o acompanhamento de recursos que eventualmente venham a ser pagos pelos responsáveis pelo desastre ambiental.>
De acordo com o subprocurador-geral, ao TCU "compete verificar se a União, por meio de seus órgãos e entidades que têm, entre suas atribuições, a supervisão, a regulação e a fiscalização da atividade petrolífera e a supervisão, o licenciamento, a fiscalização e o monitoramento do meio ambiente, moveu-se adequadamente no sentido de promover o devido levantamento dos danos ambientais infligidos ao litoral nordestino, de buscar a reparação desses danos e de sancionar os responsáveis pelo desastre".>
"Entendo que o TCU, com a finalidade de prevenir acidentes semelhantes ao ocorrido no litoral nordestino, deva adotar medidas tendentes a identificar os principais atores institucionais, os programas, as ações, o arcabouço normativo e as demais informações relevantes alusivas à matéria, a fim de obter insumos para o adequado planejamento do exercício do controle externo sobre a gestão federal de regulação e de fiscalização de atividades relacionadas ao petróleo", escreveu Furtado.>
Atualmente, na corte há duas representações que questionam as ações do governo no combate às manchas de óleo no litoral do Nordeste. Uma é de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a outra do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).>
Os dois primeiros casos já estão sob relatoria do ministro-substituto André Luiz de Carvalho, que deve acumular o terceiro pedido de fiscalização. >
Também neste mês, o MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação contra a União por omissão no desastre das manchas de óleo no Nordeste. A Procuradoria pedia que governo colocasse em ação o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água.>
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