Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 06:29
O Ministério da Saúde sofreu novo ataque hacker entre domingo (12) e segunda-feira (13) e parte dos sistemas da pasta está indisponível, disse o ministro Marcelo Queiroga.>
"Em relação a esse (ataque), foi algo de menor monta. Estamos trabalhando para recuperar isso o mais rápido possível", declarou o ministro nesta segunda.>
Em nota, a Saúde havia dito apenas que o sistema estava em manutenção. "O Ministério da Saúde informa o DATASUS realiza manutenção preventiva na rede interna da Pasta, nesta segunda-feira (13). Com isso, os sistemas internos ficarão temporariamente indisponíveis", disse a pasta, antes da fala de Queiroga.>
O site do ministério está fora do ar nesta segunda-feira. Além disso, a plataforma ConecteSUS está há quatro dias sem emitir o comprovante de vacinação contra a Covid por outro ataque hacker, registrado na madrugada de sexta-feira (10).>
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O sistema reúne ainda informações do histórico clínico dos pacientes, medicamentos dispensados e exames feitos. Essas funcionalidades também não voltaram a funcionar.>
O Ministério da Saúde informou, por nota, que a pasta trabalha para restabelecer o ConecteSUS ainda nesta semana.>
O ministro Queiroga afirmou que a ideia era colocar de volta no ar os sistemas na terça-feira (14), mas sugeriu que o novo ataque pode atrasar os planos.>
"Falei que até amanhã. Aí houve esse outro ataque. Infelizmente somos vítimas dessas figuras", disse o ministro.>
Em nota divulgada nesta segunda-feira, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou que os ataques do dia 10 ocorreram "contra órgãos de Governo em ambiente de nuvem".>
"O Governo está atuando de forma coordenada para retomada dos serviços, que estão sendo reativados à medida em que o tratamento ocorre", disse o GSI. A pasta também emitiu alerta com recomendações a órgãos do governo para mitigar riscos.>
O Ministério da Saúde afirmou no domingo que finalizou o processo de recuperação dos registros de vacinação contra a Covid-19 e que nenhum dado foi perdido.>
Nas redes sociais, pessoas que conseguiram acessar o aplicativo do ConecteSUS relatam o sumiço das informações sobre a imunização.>
Quando o item vacinas é selecionado, o aplicativo mostra a mensagem: "Aguarde até 10 dias úteis para que seu registro de vacina apareça no ConecteSUS, caso não aconteça busque o estabelecimento de saúde onde você tomou a vacina e solicite o registro na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do Ministério da Saúde".>
Há também relatos sobre dificuldade para fazer login e utilizar outras funções.>
O problema no Ministério da Saúde ocorre em um período de pressão contra o governo federal pelo controle mais rígido das fronteiras, após a descoberta da variante ômicron do coronavírus.>
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o ataque hacker e avaliar a extensão da invasão perpetrada contra diferentes setores do governo federal desde a sexta.>
O governo disponibilizou um site com orientações para emissão temporária do comprovante de vacinação da Covid-19.>
A recomendação da Saúde é procurar o posto de vacinação onde as doses foram aplicadas para solicitar a segunda via da Carteira Nacional de Vacinação. Há a possibilidade de comprovar a vacinação por meio do cartão físico.>
Além disso, muitos estados possuem ferramentas próprias, embora aqueles que utilizem a base de dados do Ministério da Saúde também podem estar sofrendo instabilidade.>
A Saúde também informou que o Ministério das Relações Exteriores ainda enviará comunicado aos países que vão receber voos com origem do Brasil para avisar sobre a indisponibilidade temporária do sistema.>
Após o ataque hacker, o governo Bolsonaro anunciou que iria adiar em uma semana a aplicação das novas regras para o ingresso de viajantes no Brasil. As medidas entrariam em vigor no sábado (11), e viajantes sem vacina teriam de fazer quarentena de cinco dias.>
Mas a nova forma de controle foi antecipada por decisão liminar de Luís Roberto Barroso, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), divulgada no próprio sábado. Ele ainda mandou o governo barrar os não vacinados, com algumas exceções.>
O governo Jair Bolsonaro ainda não publicou portaria para se adequar à liminar. Entretanto, a Anvisa informou nesta segunda-feira (13) que passou a exigir o certificado de vacinação de quem entra no Brasil por aeroportos ou na fronteira terrestre.>
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