Publicado em 10 de fevereiro de 2024 às 11:49
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo foi marcada por enredos em homenagem a África, com destaque para homenagem ao ex-jogador Adriano Imperador e delicadeza da princesa de bateria bailarina que atravessou a avenida na ponta dos pés. Os destaques foram Mancha Verde, Rosas de Ouro e Dragões da Real.>
Os desfiles começaram na noite de sexta-feira (9) com a Camisa Verde e Branco exaltando a África.>
"A Mocidade Verde e Branco vem saudar suas raízes, reafirmar-se como tradicional e legítimo território negro", diz a escola sobre seu enredo que homenageia o orixá Oxóssi, o rei das matas e "patrono espiritual" da agremiação, que afirma pagar uma promessa telo retorno ao Grupo Especial. A agremiação voltou à elite depois de 12 anos.>
A escola também homenageou o ex-atacante Adriano como símbolo de vitória e resistência negra. O goleador, que brilhou com a camisa da seleção brasileira e de clubes como Flamengo, São Paulo, Corinthians e Inter de Milão (Ita), é chamado de Imperador.>
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"Não sei nem sambar, mas esse é um dos dias mais importantes da minha vida", disse Adriano ao subir no carro alegórico. Ele usou uma coroa que, segundo integrantes da escola, tinha uma esmeralda verdadeira.>
Segunda da noite a se apresentar, a Barroca Zona Sul trouxe uma homenagem à velha guarda. No ano em que completa 50 anos, a escola escolheu o enredo "Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso que nós somos a Faculdade do Samba.">
Depois de ter ficado em décimo lugar no ano passado, a Barroca encantou o público com alegorias altas e bastante elaboradas. O abre-alas tinha uma estrutura giratória que alterava o cenário conforme percorria a avenida.>
No fim do desfile, a agremiação deixou a mensagem de que o futuro do samba está garantido: a última alegoria trouxe crianças vestidas com becas, jogando o capelo para cima, representando a formatura na faculdade do samba.>
A Dragões da Real, terceira escola a se apresentar, levou para o Anhembi uma homenagem às rainhas e aos reis da África que, reza a lenda, viram estrelas quando morrem. René Sobral, intérprete oficial da escola, disse que o intuito era mostrar uma parte da história africana pouco lembrada pelos brasileiros.>
Em busca do titulo inédito, a escola da torcida organizada do São Paulo apostou no luxo para mostrar um continente rico e com muita cultura. Na comissão de frente, 33 integrantes se revezavam, já que o regulamento permite apenas 15 pessoas de cada vez à frente da escola.>
O abre-alas era puxado por duas esculturas de rinocerontes e o último carro teve como destaque um rei cercado de elefantes dourados.>
Em seguida, a Independente Tricolor veio com um desfile exaltando a força da mulher preta, representada nas guerreiras Agojie, que formaram o único exército feminino da história. Elas defenderam o reino de Daomé, atual República do Benim.>
E para trazer a influência africana para o samba, a bateria ganhou atabaques, instrumento de percussão africano. Com paradinhas, os ritmistas animaram o público.>
A escola encerrou o desfile a 45 segundos do tempo máximo.>
A Acadêmicos do Tatuapé, bicampeã do Carnaval paulistano, trouxe para a avenida a história da badalada Mata de São João, cidade da região metropolitana de Salvador, conhecida como joia da Bahia.>
Muitas alas representaram o barro, abundante na região e matéria-prima do artesanato local.>
O destaque ficou por conta da princesa de bateria, Talita Guastelli, que é bailarina e atravessou o Anhembi na ponta dos pés. No final, a escola precisou correr para encerrar o desfile e os portões do Anhembi foram fechados 12 segundos após o tempo máximo, mas a agremiação não deve ser penalizada já que o estouro não chegou a um minuto.>
Para tentar superar o vice-campeonato de 2023, a Mancha Verde apostou em um desfile exaltando o plantio e o homem do campo. Antes de o samba dominar o Anhembi, a escola da torcida organizada do Palmeiras trouxe o berrante e arriscou um som sertanejo, levantando a arquibancada tomada por torcedores.>
O campo foi lembrado em alas com integrantes vestidos de frutas e legumes, além de animais como abelhas e o porco como são conhecidos os torcedores do Palmeiras.>
À frente dos ritmistas, Viviane Araújo, a rainha das rainhas, desfilou usando botas representando uma cantora de moda de viola>
Já com o dia claro, a Rosas de Ouro iniciou o último desfile da noite, com uma homenagem ao Parque Ibirapuera, o mais famoso da capital paulista.>
Para espantar o mal desempenho do ano anterior quando ficou no 12º lugar a Roseira apostou na sua marca registrada: muita cor e alegorias bem acabadas. Um dos carros trazia dezenas de ciclistas pedalando sem sair do lugar para representar uma das atividades que mais atrai público ao parque.>
Uma das alas da escola representava as quadras de basquete sempre disputadas no Ibirapuera. Em outra, integrantes vestidos de formigas lembravam os tradicionais piqueniques nos gramados do parque.>
A escola ainda homenageou a cantora Rita Lee, morta em 2023, que viveu nas proximidades do parque e costumava frequentá-lo na juventude.>
A segunda e última noite de desfiles do Grupo Especial ocorre neste sábado e madrugada de domingo (11). Os destaques são a volta da Vai-Vai à elite a escola é a maior vencedora do Carnaval de São Paulo, com 15 títulos. Entre as sete agremiações desfilam também a Gaviões da Fiel e a atual campeã, Mocidade Alegre.>
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