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Luzia, o fóssil mais antigo das Américas, pode ter sido salva

Luzia, o fóssil mais antigo das Américas, pode ter sido salva

Fragmentos de um crânio foram achados nos escombros, mas arqueóloga diz que confirmação depende de análises técnicas

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 10:52

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Museu Nacional - Luzia - crânio - fóssil. (Fotos Públicas/Alexandre Macieira)

Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, pode ter resistido às chamas que destruíram o Museu Nacional no último domingo. Um bombeiro do Quartel Central, que trabalha no rescaldo do incêndio, disse ter encontrado anteontem fragmentos de um crânio no espaço onde a peça estava guardada. A arqueóloga Cláudia Rodrigues, uma das diretoras do museu, preferiu ser prudente e afirmou que serão necessárias análises técnicas intensas para fazer a confirmação.

Para o bioarqueólogo Murilo Quintans Bastos, do Departamento de Antropologia, Luzia deve ter sido perdida no incêndio.

— Encontramos remanescentes de nossa coleção de ossadas, mas não vimos uma peça com traços semelhantes aos de Luzia. Provavelmente, ela foi prejudicada — lamenta.

Desde o incêndio, funcionários do museu e a comunidade científica estão mobilizados em busca de Luzia, como o crânio de uma mulher que viveu há mais de 11 mil anos foi batizado. Já se sabe que toda a coleção egípcia, um dos símbolos da instituição, virou cinzas, assim como a maior parte dos 20 milhões de itens do acervo. As coleções de vertebrados, invertebrados e insetos foram preservadas.

As peças que foram salvas estão sendo acauteladas em dois locais na Quinta da Boa Vista: no Departamento de Vertebrados Alípio de Miranda Ribeiro, anexo do museu, e em laboratórios de outros departamentos do Horto Botânico.

A paleontóloga Luciana Carvalho, do Departamento de Geologia e Paleontologia, acredita que de 70% a 80% do acervo foram perdidos. Segundo ela, no entanto, há esperança de que boa parte do material de paleontologia tenha sido salvo, pois estava em armários de aço:

— Ao entrar no museu, tive a oportunidade de ver que parte dos armários da nossa coleção científica está em pé. Queimados e amassados por fora, mas em pé e fechados. Isso dá esperança de que consigamos resgatar alguma coisa.

Outra boa notícia foi descobrir que uma antiga Torá tinha sido transferida para a biblioteca central do museu, num prédio anexo, que não foi atingido, segundo informou Marina Caruso, em seu blog no GLOBO. O manuscrito, em hebraico bíblico e datado entre 400 e mil anos atrás, é considerado raríssimo pelo Iphan e foi tombado pelo órgão em 1998. É composto de nove rolos em pergaminho e foi adquirido por Dom Pedro II no século XIX.

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