Após ressaltar que o Brasil mas não somente o Brasil passa por uma crise institucional e da democracia, o governador Paulo Hartung (MDB) avisou, nesta quarta-feira (22), a uma plateia de empresários: "A Inglaterra desafiou a lei da gravidade e deu no que deu. Os americanos erraram. Eu sei que tem muito brasileiro admirador de Trump e ainda dizendo que Bolsonaro é o Trump brasileiro. Não admirem Trump e não apoiem Bolsonaro porque não é caminho para o Brasil. É descaminho absoluto para o nosso país".
A declaração foi feita no Fórum IEL de Gestão, em Vitória. O IEL é uma entidade do sistema Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo). Não houve aplausos nesse trecho do discurso. Entre os presentes estava também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que já classificou o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, como de soluções "simplistas e autoritárias".
"O processo eleitoral está mostrando que tem uma onda populista que é pior no Brasil pelo que nós passamos nos últimos anos. Na roça tem um ditado assim: passarinho que acompanha morcego acorda de cabeça para baixo. O tempo até o dia da eleição não é curto, não. É uma eternidade. Essa eleição não começou, na minha modesta visão. Não precisamos acordar de cabeça para baixo", continuou Hartung.
SEM APLAUSO FÁCIL
O governador ainda afirmou que não procura "aplauso fácil". "Sempre na encruzilhada entre o fácil da demagogia, do populismo, e o certo, nós (o país) escolhemos, na maioria das vezes, o fácil da demagogia e do populismo. Estamos na iminência de fazê-lo novamente. Eu pontuo aqui não procurando aplauso fácil em tempo algum: estamos na iminência de fazê-lo novamente".
Bolsonaro lidera as intenções de voto (22% no Datafolha em cenário sem o ex-presidente Lula, do PT). O capitão da reserva do Exército já admitiu que não entende de economia e ganhou notoriedade por meio de declarações polêmicas, como elogios à ditadura militar.
Já Hartung decidiu não disputar a reeleição. Ele ainda não declarou apoio, oficialmente, a um dos candidatos à Presidência da República e tampouco a um dos concorrentes ao Palácio Anchieta. A senadora Rose de Freitas (Podemos), na disputa pelo comando do Executivo, também esteve no evento, ontem e, em determinado momento, sentou-se à mesma mesa em que estava o emedebista.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta