Publicado em 19 de outubro de 2020 às 17:39
O governo do estado de São Paulo não confirma mais o início da vacinação contra a Covid-19 para o dia 15 de dezembro, como havia sido anunciado pelo governado João Doria (PSDB) no fim de setembro. >
Segundo Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, a Coronavac, vacina criada pelo laboratótio chinês Sinovac e que será produzida no Brasil, já se mostrou segura nos testes, mas ainda é necessário comprovar a sua eficácia.>
Questionado nesta segunda-feira (19), se a data de vacinação estava mantida, Dimas Covas não confirmou.>
"As perspectivas são relativamente otimistas, mas não podemos dar para você uma data precisa de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final deste ano o dossiê [da vacina] seja entregue na nossa Anvisa e que a Anvisa possa proceder muito rápido na análise desse registro.">
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Para comprovar a eficácia da Coronavac, o Butantan ainda precisa que ao menos 61 voluntários que participam dos testes, todos profissionais da saúde que trabalham diretamente com pacientes com Covid-19, tenham o diagnóstico comprovado de Covid-19.>
Somente com a avaliação desses 61 casos será possível concluir o dossiê da Coronavac e entregar a documentação à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para avaliação e autorização do registro da vacina.>
Segundo João Gabardo, coordenador executivo do centro de contingência da Covid-19, esse tem sido um entrave, pois a adoção de protocolos cada vez mais rígidos de segurança entre os trabalhadores da saúde fez a transmissibilidade do vírus cair entre esses profissionais.>
"Nós queremos que tenha um número rápido de pessoas contaminadas, mas a nossa implementação de todos esses processos que reduzem a transmissibilidade jogam contra isso", explica Gabardo. Para tentar acelerar esse processo, a pesquisa vai admitir 13 mil participantes nesta fase.>
Segundo Dimas Covas, a pesquisa pode alcançar os 61 infectados até novembro ou dezembro. Após a entrega do dossiê à Anvisa, o órgão tem até 60 dias para concluir a verificação da documentação.>
Segundo Dimas Covas, os testes da fase 3 da vacina, com 9.000 voluntários e mais de 12 mil aplicações, apontam que a imunização é segura. Segundo dados apresentados em coletiva com o governador João Doria (PSDB), 35% tiveram reações adversas leves sete dias após a aplicação. Não foram registrados efeitos colaterais mais graves.>
As reações mais comuns relatadas pelos voluntários foram dor no local da aplicação (19%) e dor de cabeça (15%). Febre baixa foi registrada em apenas 0,1% dos participantes, segundo Covas.>
Nesta quarta-feira, o governador João Doria vai se reunir com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e a presidência da Anvisa para discutir, entre outros assuntos, a inclusão da Coronavac no Programa Nacional de Imunização. A gestão tucana pretende que as doses que serão produzidas pelo Instituto Butantan possam ser aplicadas em outros estado no país.>
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