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Estudo no AM vê benefício discreto no uso da cloroquina

Estudo no AM vê benefício discreto no uso da cloroquina

O resultado foi apresentado nesta segunda-feira (8) pelo infectologista Marcus Vinícius Lacerda, da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. Segundo ele, os pacientes, todos em estado grave, "se beneficiaram discretamente"

Publicado em 6 de abril de 2020 às 14:59

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kit de diagnóstico para coronavírus
Estudo no AM vê benefício discreto no uso da cloroquina. (Bernardo Portella/Fiocruz)

Estudo preliminar sobre o novo coronavírus conduzido com 81 pacientes tratados com cloroquina em Manaus apontou uma taxa de mortalidade de 13%, contra um percentual de 18% a 20% verificados em outros países.

O resultado foi apresentado nesta segunda-feira (8) pelo infectologista Marcus Vinícius Lacerda, da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. Segundo ele, os pacientes, todos em estado grave, "se beneficiaram discretamente".

As pesquisas com cloroquina já apresentaram resultados positivos em países como França e China. Porém especialistas e a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmam que esses estudos são inconclusivos por não terem seguido os protocolos científicos mais rigorosos.

Ao apresentar os resultados, Lacerda ressalvou que as conclusões são preliminares e que os números podem estar dentro de uma margem de confiança, mas que os resultados reforçam a continuidade do tratamento com cloroquina.

"Apesar de esse benefício não ser tão superior, houve algum pequeno benefício. A gente vai continuar incluindo pessoas no uso de cloroquina", afirma o infectologista.

Lacerda faz parte da equipe que trabalha no hospital Delphina Aziz, que passou a atender exclusivamente pacientes com Covid-19 ou sob suspeita de infecção. Até domingo (5), o Amazonas havia registrado 417 casos, com 15 óbitos.

O estudo dividiu pacientes em dois grupos, com doses diferentes de cloroquina, medicamento com efeitos antiinflamatários e é usado para tratar malária, doença endêmica na Amazônia.

Segundo Lacerda, uma dosagem tem sido usada pelos EUA e recomendada pelo Ministério da Saúde e outra, mais alta, foi adotada pela China. "A nossa conclusão é que a dose muito alta, feita por dez dias, tem mais toxicidade e levou mais pacientes para internação", afirmou. "Em dose mais alta, a cloroquina pode, sim, dar arritmias graves e levar à morte."

Por outro lado, afirma o infectologista, a dose mais baixa de cloroquina não mata nem traz mais malefícios ao paciente. Ele reforçou que os resultados não são conclusivos e que uma pesquisa desse tipo levaria um ano, e não duas semanas.

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