Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 09:07
Condenada por ofender a memória de Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 2018, a desembargadora Marília de Castro Neves foi eleita nesta segunda-feira (30) para integrar o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que tem como atribuição julgar autoridades com foro especial. >
O colegiado, formado por 25 magistrados, será responsável por analisar denúncia que envolve o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das "rachadinhas", quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).>
Na ação, o filho do presidente Jair Bolsonaro é acusado de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Ele nega irregularidades.>
Em 2018, Marília declarou em suas redes sociais que votou em Jair Bolsonaro para presidente. No mesmo ano ela escreveu, dias após Marielle Franco ser morta, que a vereadora "estava engajada com bandidos".>
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Afirmou ainda que o "comportamento" dela, "ditado por seu engajamento político", foi determinante para a morte. E que houve uma tentativa da esquerda de "agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro".>
Em outubro deste ano, ela foi condenada pela Justiça a pagar indenização por danos morais à família de Marielle.>
Depois da polêmica mensagem sobre Marielle, outros comentários antigos da desembargadora feitos na internet vieram à tona. Em um deles, Marília questionou o que professores com Down poderiam ensinar.>
Outro texto polêmico de Marília, publicado em 2015, dizia que o ex-deputado federal Jean Wyllys deveria ir para um paredão (de fuzilamento) "embora não valha a bala que o mata".>
Na semana passada, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir processo administrativo disciplinar contra a desembargadora, mas isso não a impediu de concorrer ao Órgão Especial do TJ-RJ. Ela foi a única candidata.>
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