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Caso de capixaba morto por segurança pode mudar para homicídio doloso

Caso de capixaba morto por segurança pode mudar para homicídio doloso

Uma testemunha disse ao delegado que alertou o segurança diversas vezes para ele sair de cima de Pedro Henrique Gonzaga

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 17:53

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Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, capixaba morto por um segurança em um Shopping do Rio de Janeiro. (Reprodução | Redes Sociais)

O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, responsável pelo caso do jovem Pedro Henrique Gonzaga, morto por sufocamento na tarde de quinta-feira (14), por um segurança de uma unidade do supermercado Extra na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, disse nesta terça-feira (19) que, após ouvir uma testemunha, a acusação contra o segurança pode passar de homicídio culposo para doloso, quando há a intenção de matar. O acusado foi liberado mediante pagamento de fiança.

Segundo o delegado, foram ouvidas oito testemunhas, sendo sete no dia do ocorrido e uma nesta terça-feira (18). Uma das testemunhas disse ter alertado o segurança diversas vezes para ele sair de cima de Pedro Henrique.

“Essa testemunha trouxe informações relevantes, já que ela declarou que alertou diversas vezes esse segurança para ele largar, que o rapaz que estava por baixo já estava desfalecido. O segurança ouviu a mensagem e, mesmo sendo alertado diversas vezes, permaneceu naquela posição, chegando à consequência de tirar a vida daquele rapaz”.

MÃE DE PEDRO HENRIQUE

A mãe de Pedro Henrique Gonzaga, Dinalva Oliveira, será ouvida na tarde desta terça-feira (19) na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. De acordo com o delegado, Dinalva deve ajudar a esclarecer se houve ou não intenção de matar na ação do segurança.

O advogado da família, Marcello Ramalho, disse que a mãe ainda está muito abalada e a família espera que o resultado da investigação demonstre o dolo da ação.

“Não milita em favor do acusado qualquer cláusula de justificação que ampare a conduta dele. Ele agiu com dolo extremo. Ao promover a constrição na área do pescoço, aonde temos a artéria aorta, que é responsável por conduzir o sangue até o cérebro, ele, de uma forma extrema, assume aquele risco de produzir o resultado morte na vítima”.

O advogado diz que Pedro Henrique já estava em processo de cianose, ou seja, estava ficando roxo, e, mesmo assim, o segurança continuou com a asfixia. Há relatos de que o rapaz, que era usuário de drogas, estava sendo levado para uma clínica de reabilitação em Petrópolis quando foi morto.

OUTROS SEGURANÇAS

Os outros dois seguranças que estavam trabalhando no momento e já prestaram depoimento serão ouvidos novamente. Estava previsto que eles seriam ouvidos na manhã desta terça-feira (19), mas a pedido do advogado que os acompanha, o depoimento será tomado na quarta (20). Segundo Nunes, eles podem responder por omissão de socorro ou mesmo por homicídio.

“Essa análise inicial que fizemos aponta que houve no mínimo omissão de socorro, mas havendo mudança de culposo para doloso, os seguranças que estão ao redor e nada fazem para impedir aquele resultado poderão responder por homicídio doloso também, já que eram os agentes garantidores daquela vida naquele instante”.

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