Publicado em 5 de novembro de 2021 às 15:48
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuou e retirou nesta sexta-feira (5) condecorações da Ordem Nacional do Mérito Científico dadas a dois médicos que já foram alvos de apoiadores do governo federal. >
Em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União, Bolsonaro anulou a admissão na classe de "comendador" por conhecimentos sobre ciências da saúde de Marcus Vinícius Guimarães Lacerda, pesquisador da Fiocruz, e de Adele Schwartz Benzaken, diretora da Fiocruz Amazônia. >
Lacerda coordenou estudo no Amazonas que, em abril de 2020, não viu benefícios no uso de doses altas de cloroquina em pacientes graves da Covid-19. Ele tornou-se alvo de ameaças de morte e ofensas pessoais em redes sociais por parte de apoiadores do presidente. >
Já Benzaken foi demitida em janeiro de 2019, no começo da gestão Bolsonaro, da direção do departamento do Ministério da Saúde que elaborava políticas para prevenção, vigilância e controle de infecções sexualmente transmissíveis. A saída do cargo teria relação com uma cartilha voltada para a saúde do homem trans. >
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Apesar de terem sido alvos da ira de apoiadores bolsonaristas, os médicos haviam recebido a condecoração por decreto publicado na quinta-feira (4) e assinado pelo presidente. Neste texto, o próprio Bolsonaro recebeu condecoração na classe Grã-Cruz. >
O presidente manteve todas as outras condecorações dadas por este decreto a pesquisadores, entidades e membros do governo. >
Bolsonaro recebeu a honraria, porém, pois as regras sobre a Ordem Nacional do Mérito Científico estabelecem que serão agraciados com na classe "Grã-Cruz" o presidente da República, o ministro das Relações Exteriores, entre outros nomes. >
O presidente apostou na distribuição de medicamentos sem eficácia como resposta do governo à Covid-19. Ele e seus apoiadores já criticaram o estudo conduzido por Lacerda. >
Em pleno colapso do sistema de saúde em Manauz, o presidente chegou a dizer que foi preciso intervir na região porque não se fazia o "tratamento precoce" contra a Covid-19.>
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