Publicado em 13 de março de 2020 às 12:52
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) postou em sua página no Facebook que não está com coronavírus. A informação de que o primeiro exame do presidente havia confirmado o Covid-19 foi divulgada pela Fox News na manhã desta sexta-feira (13). >
Bolsonaro fez o teste um dia antes, após a informação de que o chefe de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, 44, havia contraído a doença. Ambos viajaram juntos para os EUA de sábado (7) a terça-feira (10) e estiveram reunidos com o presidente americano, Donald Trump. >
Desde a notícia sobre Wanjgarten, Bolsonaro passou a adotar procedimentos de segurança que alteraram a agenda do governo. Ele passou a quinta-feira no Palácio da Alvorada, residência oficial, onde foi monitorado pela equipe médica da Presidência. >
Na terça (10), na viagem oficial aos EUA, Bolsonaro havia chamado os impactos do coronavírus de "mais fantasia". Ao saber da contaminação do secretário, a Casa Branca afirmou que Trump e o vice-presidente Mike Pence não seriam testados. "Deixa eu colocar da seguinte maneira: não estou preocupado", afirmou Trump a jornalistas. >
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O exame para coronavírus foi realizado por outros integrantes da comitiva presidencial que viajou aos EUA, como os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Fernando Azevedo (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). >
Com o risco de contágio, a rotina administrativa do Palácio do Planalto será alterada. Além da maior restrição ao acesso de pessoas, os eventos e as solenidades devem ser suspensos e o cumprimento diário do presidente na entrada do Palácio da Alvorada deve ser modificado. >
Bolsonaro foi advertido pela equipe médica a evitar interação diária com apoiadores na entrada da residência oficial. Desde meados do ano passado, ele costuma descer do comboio presidencial para saudar seus simpatizantes, momentos em que aperta mãos e tira fotos. >
A orientação é para que, nas próximas semanas, Bolsonaro se limite a acenar e a conversar com o público a uma distância segura. Assessores relataram à reportagem que o presidente foi orientado a tomar outras medidas de precaução. Ele foi aconselhado a evitar aglomeração até pelo menos o mês de maio. >
Após ter minimizado os impactos do vírus dias atrás, Bolsonaro fez nesta quinta-feira (12) uma live em redes sociais de máscara e sugeriu a seus apoiadores a suspensão dos atos marcados para domingo (15) com pauta em defesa do governo e de ataques ao Congresso e Judiciário. >
"Tem um aspecto que precisa ser levado em conta. Existe [a manifestação], é mais um agrupamento de pessoas. Então a população está um tanto quanto dividida", disse Bolsonaro. >
"O que devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas [pelo coronavírus], porque os hospitais não dariam vazão a atender tanta gente. Se o governo não tomar nenhuma providência, sobe e, depois de um certo limite, o sistema não suporta", acrescentou. >
"Como presidente da República, eu tenho que tomar uma posição, contra ou a favor. Se bem que o movimento não é meu, é espontâneo e popular." >
O presidente comandou sua tradicional live nas redes ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que também usou máscaras. >
Na transmissão, ele também disse que político que tem medo do povo "não tem que ser político". "O povo nas ruas se manifestando como sempre se manifestou, de maneira calma, pacífica e ordeira, é um direito dele. Contra ou a favor a quem quer que seja", disse. >
Mais tarde, desta vez em pronunciamento em rede nacional, o presidente disse que os movimentos são "espontâneos e legítimos", "atendem aos interesses da nação" e "demonstram o amadurecimento da nossa democracia presidencialista". "Precisam, no entanto, diante dos fatos recentes, ser repensados." (Com informações da Agência Folhapress)>
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