Publicado em 27 de maio de 2020 às 19:28
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convocou ministros na tarde desta quarta-feira (27) para discutir uma reação ao Supremo Tribunal Federal (STF), após operação da Polícia Federal determinada pela Corte ter mirado políticos, blogueiros e empresários ligados ao mandatário. Ministros e assessores criticaram a operação ao longo do dia. Segundo assessores presidenciais, Bolsonaro deve propor uma resposta mais contundente ao Supremo, onde tramita o inquérito das fake news.>
Uma das opções em pauta é sugerir que o ministro Abraham Weintraub (Educação) não preste depoimento à Corte, após ter sido intimado pelo ministro Alexandre de Moraes nesse mesmo inquérito que resultou em operação de busca e apreensão contra bolsonaristas.>
De acordo com integrantes da ala ideológica do governo, o presidente também deve sugerir que Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), não acate nenhum pedido do Supremo em um outro inquérito, esse relatado por Celso de Mello.>
Numa terceira frente, mais agressiva, aliados de Bolsonaro ainda defendem que ele nomeie Alexandre Ramagem na Polícia Federal, em um enfrentamento à decisão anterior de Moraes, e passe a brigar com o Supremo judicialmente, mesmo que recorra a cortes internacionais.>
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A ideia seria propor uma nota descrevendo a reação planejada, se houver a concordância de todos os ministros. Caso Bolsonaro siga essa linha, aprofundará ainda mais a crise do governo com o Judiciário.>
Segundo assessores do presidente, Bolsonaro avaliou nesta quarta-feira que a operação deflagrada teve como objetivo atingi-lo. O presidente discutiu o assunto com ministros, inclusive com o titular da Defesa, Fernando Azevedo.>
A aliados que o visitaram, o presidente avaliou que o ministro Alexandre de Moraes quer disputar poder com ele. Auxiliares do mandatário disseram que o presidente tratou a situação como uma guerra.>
Segundo pessoas próximas, Bolsonaro hoje teria mais condições de tomar uma medida forte porque tem o apoio de ministros militares. Aliados do presidente avaliam que as últimas ações do Supremo uniram o núcleo fardado em defesa do governo.>
Mais cedo, integrantes do Palácio do Planalto disseram que cresceu a disposição do presidente de questionar ministros da corte com base na lei de abuso de autoridade.>
Segundo auxiliares de Bolsonaro, o governo avalia entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a investigação que mira parlamentares no Supremo, conforme publicou o jornal Folha de S.Paulo, e também questionar Alexandre de Moraes e Celso de Mello, ambos da corte, por excessos que teriam cometido em ações recentes.>
Em outra frente, aliados de Bolsonaro do núcleo mais ideológico avaliam reforçar o movimento nas redes pedindo o impeachment dos magistrados, embora tenham pouca chance de avançar no Congresso.>
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